Enquanto procurava músicas para relaxamento no canal de música
da internet, encarei uma série de vídeos para auto ajuda, relaxamento, curar
sua vida [da Louise Hay]e... como ficar rico enquanto dorme... O.o
Estaquei... respirei fundo... questionei-me se valia a pena
saber do que se tratava, já que o título era tão sugestivo... >.< ... e
resolvi verificar qual era...
A partir de um vídeo descobri outros tantos com o mesmo
objetivo... Ficar rico durante o sono – reprogramação mental... e uma enxurrada
de comentários positivos...
Concordo que a nossa mente é viciada em ideias negativas,
equivocadas, muitas das quais
absorvemos durante a infância... desenvolvemos na
juventude, e passamos o resto da vida alimentando... mas, foi justamente o enfoque absurdamente
materialista da situação que deixou-me chocada...
Não que eu seja contra conforto... não que eu seja contra
sucesso financeiro... não que eu seja contra a estabilidade financeira... nada
disso... contudo, o que me espanta é que, no final das contas, o ser humano
continua visando apenas riqueza... riqueza... e até o final dos seus dias, é
apenas de riqueza material de que se trata...
Eu sou a favor da prosperidade... mas em um mundo onde as
pessoas são tão frívolas, egoístas, mesquinhas e materialistas... até que ponto
será possível manter a prosperidade em um nível positivo?
Não é que o ser humano deva deixar de cuidar da sua vida no
mundo e passar a viver em um estado de contemplação... afinal, essa também é
uma atitude totalmente inútil...
Mas é necessário encontrar um equilíbrio entre a
prosperidade material e a evolução espiritual...
E não é isso que tenho visto as pessoas tentarem,
buscarem... assimilarem para a própria vida. O que acontece é que em um
primeiro momento, fala-se de relaxamento, de paz e tranquilidade, para logo em
seguida seguir pelo caminho da materialidade... ou seja, todos fazem alguma busca espiritual, visando
um objetivo final que é a riqueza material...
Todos queremos uma vida tranquila... eu quero uma vida
tranquila... mas essa tranquilidade tem um preço sim... e esse preço não pode
ser pago com bens materiais... então somos obrigados a concluir que dinheiro
não compra tudo... porque o tudo engloba não só as coisas materiais, mas
principalmente as espirituais...
O dinheiro compra apenas a parte do tudo que é material... e
isso já está de bom tamanho para a maioria das pessoas... se comprou luxo não
precisa de mais nada...
Então, surge-me na mente, um outro questionamento: - Em que
as pessoas realmente acreditam, afinal?
Obviamente, e esse óbvio para mim, está baseado nas
atitudes, perspectivas e buscas do ser humano,
não me parece que elas acreditem que existe vida além da morte... ou se
acreditam que existe, não sei como pensam
que será...
As possibilidades são inumeráveis... pode ser de várias
formas inimagináveis, mas é certo de que será de alguma forma... mas essa
possibilidade parece não afetar os sentidos humanos... o ser humano continua
vivendo o aqui e agora, aparentemente sem se importar muito com os resultados
do pós morte...
Muitos afirmam que apenas pensar coisas boas e não desejar
mal a ninguém, não é o suficiente para atrair uma vida mais confortável, no
âmbito material...
Esse porém, é só um aspecto a ser estudado, relativamente à
questão da prosperidade material, como consequência de uma vida espiritual
saudável...
Claro, existem os argumentos sobre os altíssimos índices de
violência dos grandes centros urbanos, sobre a corrupção na política, sobre as
altíssimas taxas inflacionárias, sobre o peso dos impostos na economia
doméstica... e por aí vai...
Mas o complexo regime em que vive uma sociedade moderna, não
está estruturado nas escolhas pessoais de cada um, ou ainda, apenas na atitude
omissa de cada um em exercitar suas
próprias escolhas, em vez de repassar a outrem esse poder de decisão?
O conhecimento traz responsabilidades... mas as pessoas, no
geral, não querem assumir responsabilidades por absolutamente nada, e apenas
esperam desfrutar os prazeres da vida, sem maiores consequências... ou seja...
as pessoas querem privilégios... apenas isso...
E para o enfrentamento das dificuldades que vão surgindo no
cotidiano, voltam-se para uma pseudo espiritualidade... Como se meditar e relaxar visando apenas a
satisfação dos sentidos físicos e a realização das aspirações materiais,
estivesse intrinsecamente ligada à evolução espiritual, ou à paz de espírito,
ou outra situação correspondente...
Está claro que é preciso buscar tranquilidade relativamente
aos aspectos materiais da vida... Contudo, a ideia que está sendo difundida
remete a uma atitude egoísta e sem culpa...
Qualquer busca de se
obter ganhos materiais para a mera satisfação dos próprios caprichos
é egoísta e
mesquinha...
Entretanto, a sociedade moderna rotula de piegas qualquer
ideia de compartilhar riqueza...
Aliás, chega a ser de uma comicidade patética essa atitude
de proclamar publicamente a divisão da riqueza, quando a atitude do indivíduo
está na contra mão... reparte a riqueza alheia, a própria é intocável...
Se houvesse amor
verdadeiro as pessoas não seriam tão egoístas...
Minha única irmã sempre me diz que eu vivo em outro mundo...
e que é por essas e outras ideias que eu nunca fiquei rica... nem hei de
ficar... Sempre que lembro disso eu fico
rindo sozinha...
A questão não é ser rica, ou pobre... não é ter razão... A
questão é ser feliz...
Tranquilidade pode
depender de dinheiro... e muito...
Mas, felicidade não...
Fosse o contrário e as pessoas que
têm dinheiro além do necessário não continuariam perseguindo quimeras... Quanto mais têm, mais precisam ter...
E aonde está a felicidade na vida dessas pessoas?
O conforto tem sua importância na qualidade de vida do ser
humano... mas quando o conforto é amparado pela ostentação, alguma coisa não
vai bem...
Não creio que a reprogramação mental, influenciando a crença
de que o indivíduo merece a riqueza, vá contribuir para que o mundo se torne um
lugar melhor de se viver...
Riqueza sem
desprendimento é alimento da cobiça e da ganância...
Inteligente é quem
sabe gerir a riqueza sem se deixar consumir pela avareza...
Enfim... é importante sim, acreditarmos que merecemos a
felicidade... mas, vamos combinar que se essa felicidade não está acontecendo,
é porque está sendo procurada nos lugares e forma errados e pelos motivos
equivocados...
Simples Assim...
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