Um aspecto
interessante sobre a maneira como expressamos nossa gratidão, sobre o qual eu
não havia pensado em momento algum: o nosso “muito obrigado”, manifesta, na
verdade, uma forma de obrigação e não de gratidão propriamente dita...
Veja uma
parte do texto que aborda esse aspecto:
“Ter
gratidão vai muito além de um “muito obrigado”. Até porque, esta última palavra
vincula a uma obrigação (que não existe), te torna obrigado a alguma coisa. Já
a gratidão é um estado de graça, do ser, do sentir, uma energia de amor e de
reconhecimento.”
Se
consultarmos um dicionário, qualquer que seja, veremos que o primeiro
significado para o termo “obrigado” é
especificamente:
1
1. Que é prescrito, imposto por lei, imposto
pelo uso, por convenção; obrigatório;
2. Que se sente devedor de um favor, de
uma amabilidade; etc.
Por último,
encontramos o significado no sentido de agradecimento, gratidão.
Normalmente,
usamos o termo “muito obrigado”, mais por educação ou sociabilidade, do que
pelo sentimento de gratidão, propriamente dito, ou como deve ser sentida a
gratidão...
E na
verdade, até aí, nessa última colocação que abordei, “como deve ser sentida...”, a forma como foi manifestada a ideia, exprime
um paradoxo, pois a gratidão perde o sentido quando vinculada à uma obrigação
de sentir...
Ou seja,
vamos tentar esclarecer as possíveis contradições entre o que pretendemos
expressar, e a realidade das palavras que usamos para expressar: quando usamos
o termo “muito obrigado” estamos sendo cordiais, educados, até gentis, mas não
necessariamente, estamos manifestando gratidão...
Mesmo sendo
o nosso sentimento o mais importante, é conveniente lembrar que a palavra tem
poder, tanto quanto a vibração do nosso sentimento.
Diante dessa
premissa entre o que sentimos e o que falamos, estaríamos criando alguma
energia convulsionada?
Quais
efeitos essa “convulsão” teria em nossa vida? Em nosso cotidiano?
A resposta
não pode ser dada imediatamente, pois necessita de observação dos verdadeiros
efeitos que a palavra, repetidamente, causa em nossa vida.
Diante de um
sentimento tão gratificante como a gratidão, caberia tanto estudo sobre o
assunto? E porque não?
Na verdade, a
gratidão está envolvida por outras questões que, se bem entendidas, podem ser
usadas a nosso favor.
E porque
isso?
Você nunca
percebeu que mesmo para algumas pessoas que se manifestam gratas, nem tudo flui com toda essa facilidade
que é apresentada em cursinhos, páginas de redes sociais, propagandas e etc.?
A gratidão
em si está intrinsecamente ligada a Lei da Atração, segundo o princípio de que,
toda gratidão sentida e manifestada, atrai naturalmente energia positiva do
Universo.
Outra
questão: o universo não julga; ele apenas responde à nossa vibração, ou seja,
ele não racionaliza como nós, apenas reenviando os sinais que recebe de nós.
Mas uma
coisa é certa: a gratidão que apazigua nosso coração é espontânea, e surge de
um estado de sinceridade que surge em nosso coração... um estado de
reconhecimento sincero...
A Gratidão,
assim como o Amor, liberta... pois gratidão que cobra, exige e escraviza, não é
Gratidão... sendo assim, podemos concluir que a Gratidão e o amor andam de mãos
dadas...
Então é
errado pedir alguma coisa ao Universo, quando não estamos nos sentindo gratos
por nada?
Não...
porque, segundo muitos esotéricos e holísticos, o universo não pensa e não
julga...
E nesse
ponto do nosso estudo, esbarramos com outro paradoxo: para muitas pessoas,
Universo, Amor, Deus, Vida, Inteligência Divina, Ser Supremo [e uma infinidade
de outros nomes que queiram dar], são uma coisa só... ou melhor... uma “pessoa”
só...
Para as religiões
ortodoxas, isso é uma heresia inaceitável e incompreensível... para as
religiões não ortodoxas é apenas confuso... para os filósofos, é apenas mais
uma questão a ser estudada... para os psicólogos, nem sei o que é... >.<,
para a maioria dos espíritas, é inadmissível, pois “Deus é a inteligência
Suprema e Perfeita, Criador de tudo e Pai de todos”... e eu juro que li isso em
algum lugar na internet... mas só agora me ocorreu que poderia ser utilizado
para o nosso estudo.
Vamos
combinar que, tentar racionalizar uma ideia que não conseguimos “sentir”, é
meio complicado... porque Deus é racional, mas não adianta tentar entender Deus
pelos parâmetros limitados no nosso saber e da cultura ocidental...
Segundo me
disseram um certo dia:
“Deus não é para ser pensado...
é para ser sentido...”
Essa
afirmação meio que colocou um ponto final em uma discussão meio boba...
Uma coisa é
certa, não existe fórmula mágica para atrair situações favoráveis e energias
positivas para a nossa vida... afinal, o centro da nossa vida é o
nosso coração... pois é através dele que Deus se comunica conosco, seja
diretamente, seja por meio de seus mensageiros... cada um escolhe no que
acreditar... simples assim...
Eu
particularmente, acredito que as duas formas sejam possíveis, mas, na minha
lógica, Deus se utiliza de todos os meios para se comunicar conosco, já que ele
mesmo criou essa infinidade de possibilidades... >.<
E os
mensageiros? Bem... eles estão a serviço do bem, sob a supervisão divina... ^_^
É importante
destacar que, mesmo sendo natural demonstrarmos gratidão com palavras, a
gratidão dispensa as mesmas, pois é um sentimento tão poderoso que se faz
sentir através da energia que nos cerca e envolve...
Uma pessoa
sinceramente grata, tem um “brilho” natural, não apenas nos seus olhos, mas em
todo o seu ser, física e espiritualmente. Essa energia contagia todas as
pessoas que se aproximam dela... é um verdadeiro estado de graça...
Naturalmente,
esse sentimento irá vibrar com tal força que se tornará um imã atraindo as energias
afins... e o universo responderá nesse padrão vibratório...
Quanto ao
aspecto “irracional” do universo , creio que precisaremos de um espaço somente
para essa abordagem... muito embora essa
reflexão esteja completamente relacionada ao estudo da gratidão, como de outros
aspectos da nossa vida.
Mas veja
bem, não estou aqui a difundir uma ideia equivocada sobre o agradecimento
verbal que dirigimos à alguém, porque esse gesto é válido... apenas considero
que devemos reavaliar a palavra que usamos... >.<
Muito
obrigado = muito agradecido, ou, muito grato... você pode achar estranho e até
antiquado, porque, afinal, essas formas eram usuais no tempo dos meus avós...
>.< ... contudo, levando em consideração o teor das palavras que usamos,
o real sentido que elas têm, devemos considerar a força energética que está
impregnando a palavra...
Sendo assim,
as palavras – agradecido e grato – exprimem de forma mais satisfatória o
verdadeiro sentimento que desejamos exteriorizar, do que a palavra – obrigado –
cujo sentido já analisamos no começo do nosso estudo...
Nada impede
que você expresse seus sentimentos em pāli,
japonês, indi, mandarim... ou no idioma que melhor lhe aprouver... >.<
mas lembre-se que, se o teor do termo que você usa, não está coerente com o seu
sentimento, você pode estar criando uma energia convulcionada ao seu redor...
Ué... mas não é justamente o
sentimento que é o mais importante?
Sim... isso não quer dizer que estamos
completamente aptos e equilibrados com os nossos sentimentos, e muito menos que
não somos influenciados pelas energias espalhadas ao nosso redor...
O que exatamente isso significa?
Que nós, ainda no estágio de
desenvolvimento em que nos encontramos, não alimentamos nosso estado constante
de gratidão... ou, de gratidão constante...
Lembramos de ser gratos quando
recebemos algo que nos agrada, que nos deixa alegres, quando realizamos um
objetivo... mas nos esquecemos prontamente desse estado de graça quando somos
contrariados...
E veja bem, não é que devemos ser
indiferentes aos nossos problemas... simplesmente perdemos o ânimo de
agradecer, ou continuar agradecendo tudo que já conquistamos, porque tropeçamos
em alguma pedra no caminho...
Hoje eu refleti sobre uma questão
importante, que encontrei em um dos artigos que li, que infelizmente, perdi o
link... mas a questão era a seguinte:
“ – Como você espera fazer fluir a
prosperidade em sua vida, se não é capaz, ou não consegue agradecer a tudo que
recebeu até hoje? “
Ou seja... quando nos “esquecemos” de
agradecer as coisas boas que recebemos, [porque é o que conseguimos fazer...],
estamos praticando o inverso da gratidão... simples assim...
E essa atitude mental inversa à
gratidão, bloqueia ou inibe o fluxo da energia positiva ao nosso redor,
atraindo as energias semelhantes...
[... aí jogam o resultado na conta do
universo... -_- ... mas essa é outra história... ]
Muita gente acha cansativo viver em
“estado de graça”... mas a meditação pode ajudar a pessoa a manter o foco nas
coisas realmente importantes... ocupar a mente com pensamentos positivos, muito
embora, tenha muita gente por aí alegando que isso não adianta nada... -_- ...
Ocupar a mente com pensamentos
positivos, é muito melhor que deixar sua mente ociosa, ou “vazia” ,
principalmente se você não é afeito à meditação transcendental...
No estágio de desenvolvimento
espiritual em que se encontra a humanidade, é necessária muita disciplina
sim...
Um momento de distração e a nossa
mente é invadida por pensamentos perniciosos que nos desviam de um estado
mental de leveza...
Pode parecer cansativo no início, mas
apenas parece cansativo... o tempo
que cada pessoa vai precisar pra tornar esse estado de espírito o seu estado de espírito, depende do
quanto ela realmente deseja se
transformar, de uma pessoa que vive com a mente abarrotada de pensamentos
inúteis e verdadeiramente cansativos, em uma pessoa de pensamentos e
sentimentos positivos.
Creio que também que existe outro
fator que exerce muita influencia nesse estado de espírito: fato da pessoa querer ou não se esforçar por
um auto melhoramento... porque isso depende única e exclusivamente do querer de cada um.
Posso efetivamente me sentir grata
pela felicidade de outrem, pela vitória de outrem, mesmo que seja um
desconhecido... mesmo que o resultado obtido não seja meu, o sentimento genuíno
é meu... e por causa dessa genuinidade cada célula do meu corpo entrará num
padrão vibratório mais elevado, pois o sentimento legítimo eleva o nível da
nossa vibração espiritual...
Quando nos tornamos capazes de
entender essa dinâmica, percebemos porque e quanto é importante vigiarmos
nossos pensamentos e nos educarmos espiritualmente, para que do nosso coração
só emane bons sentimentos...
Não é que de uma hora para outra nos
tornaremos “seres mágicos” imunes a problemas ou desconfortos... apenas nosso
campo de percepção dos fatos se amplia nos possibilitando uma compreensão maior sobre os fatos e situações
que ocorrem em nossa vida.
A vida é um fluxo incessante de
energias... e entre tantas e infinitas energias, encontra-se essa energia que
emana do nosso coração que denominamos gratidão...
Quando percebemos que pequenas coisas,
ou pequenas posses, ou pequenos gestos, têm a força mais que necessária para
nos preencher de felicidade plena, naturalmente nos enchemos desse sentimento
de gratidão...
Se contarmos ao longo do nosso dia as
tantas pequenas coisas que preenchem o nosso dia, e nos sentirmos gratificados
por receber tanto, estaremos no caminho da gratidão plena...
A gratidão pode funcionar como um
escudo contra as contrariedades diárias... o escudo recebe o golpe, mas não se
quebra...
Se nos mantivermos vigilantes e em
estado de gratidão, não seremos arremessados ao poço escuro da insatisfação...
Agradecer diariamente é um exercício
que nos conduz ao estado de plenitude...
Que seja agradecer pelo básico que
temos... sim... agradecer pelo básico, porque, na mesma medida em que não nos
sentimos obrigados a nada em relação à vida, a recíproca é verdadeira...
Viver não é uma obrigação... é um
aprendizado...
Gratidão não é uma obrigação... é um
reconhecimento...
A vida nos dá aquilo que criamos para
nós, seja no tempo presente, seja no tempo passado... porque o futuro ainda não
aconteceu, e a cada dia bastam as preocupações [ou apenas, ocupações] que lhe
são próprias...
O passado faz parte do nosso
aprendizado porque já aconteceu... se não tivermos aprendido nada com ele,
estaremos repetindo sempre os mesmo equívocos...
Mas esse sentimento de gratidão
genuína pode ser um bálsamo para as nossas feridas...
A gratidão não cega nossa visão
espiritual, mas nos dá uma outra perspectiva...
Quem se sente verdadeiramente grato,
também se sete mais leve, mais feliz, mais confortável... mais aconchegado pela
vida...
Encerro essa parte do nosso estudo de
hoje, deixando dois textos que achei muito interessantes sobre a gratidão...
pode parecer muito mais do mesmo, mas pode ser só aparência de muito mais do
mesmo... pense nisso...
Pratiquemos mais a gratidão... Boa reflexão...
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