-
Alô...
-
Vânia... Bom Dia...
- [ O.o
] Quem é?
- Sou
eu... [Beltrana], “to” ligando pra te dar uma
notícia muito triste... [Fulana] fez a passagem... o enterro é hoje, no
Cemitério... às [tais] horas...
- Que
coisa...
- Nós
vamos fazer uma prece de despedida... espero te ver lá... já que você não foi
no velório...
- O.o
... ¬¬ ... “tah”... obrigada por
avisar...
- Você
vai... não vai? Queremos prestar uma homenagem pra nossa amiga, que era muito
querida... quanto mais gente, melhor... e afinal... vocês ficaram tão mais próximas nesses últimos
anos...
- ...
¬¬ ... Não vou prometer... eu nem sabia da situação... apesar de “tão
próxima”... ¬¬ ...
Fim de
conversa... fim de contato... simples assim...
*
* *
-
Esse é um artigo sobre redenção e arrependimento? O.o ...
Definitivamente
não... essa é uma história que aconteceu comigo há alguns bons pares de anos
atrás... e na verdade tem a ver com a “política” que o ser humano adota diante da Morte...
medos... inseguranças... e a mais das vezes... muita hipocrisia...
O
que é a Morte e por que causa tanto medo e desespero entre os “vivos”?
A
Morte é apenas um mito, ou existe algo mais além da morte?
A Morte
não é um mito... é uma realidade... mas o humano cria fantasias negativas a
respeito, porque só sabe viver em razão dos cinco sentidos mais primitivos,
básicos e essenciais para a vida nesse mundo de energia densa... os sentidos
que não são impressionáveis pela energia densa, são colocados de lado, como
fantasia, como inexistentes, ou apenas existentes no imaginário humano...
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirzPiyqrJiGckaYF4QA8pMczn-PWrPwtyoM8qUWiFmjoUDwyadmf7a4J-svKDCQmRldAwioyxT-apWVFj8FXfS92Z-4P7CmXCwSWoSCs4nsl4dDV3Yhw8W2EOlczB1mc06vSrdyW5woMBV/s1600/1272308930.jpg)
As
nossas crenças em torno da morte são infindáveis... existem “n” teorias e dogmas sobre o tema... cada pessoa, ou
grupo de pessoas, sente, pensa, vivencia de forma diferente essa realidade que
nem é tão misteriosa quanto querem fazer acreditar que é...
O mistério
existe apenas no âmbito do que desconhecemos...
Particularmente,
encaro a morte como uma porta... uma porta como se fosse uma passagem de um
cômodo à outro... não sei exatamente quem
ou o que vou encontrar quando
entrar lá... mas absolutamente não acredito que vou entrar em um quarto
escuro... ou que vou ficar dormindo infinitamente, ou inutilmente até que venha
o juízo final...
O juízo
final... é algo personalíssimo... cada
um vai passar pelo seu individualmente... Mas eu não descarto a possibilididade
de um juízo coletivo... no universo tudo é possível... tudo mesmo...
A
Morte pelo prisma da Ciência
“Através dos tempos os conceitos da morte e
os critérios para a determinar evoluíram, sobretudo a partir da segunda metade
do século XX. No início, era observando se um indivíduo respirava ou não que se
determinava se estava vivo ou morto. Depois, com o aparecimento do
estetoscópio, a existência ou não de batimentos cardíacos passou a ser
determinante. Com a invenção da reanimação cárdio-pulmonar e da ventilação
mecânica e o início da transplantação de órgãos, a morte passou a ser
determinada pela perda das funções cerebrais totais ou do tronco cerebral. Alguns
filósofos e eticistas consideram ainda que deve ser pela perda irreversível das
funções cerebrais superiores, as que fazem de nós pessoas, que se determina a
morte.”
“Processo
irreversível de cessamento das atividades biológicas necessárias à caracterização e manutenção da
vida em um sistema outrora classificado como vivo. Após o processo de morte
o sistema não mais vive; e encontra-se morto. Os processos que seguem-se à
morte (pós-mortem) geralmente são os que levam à decomposição
do sistema. Sob condições ambientais específicas, processos distintos podem
segui-la, a exemplo aqueles que levam à mumificação
natural ou a fossilização de organismos.” Wikipédia
Enfim,
para a ciência é um fato simples de ser entendido, decorrente de fatores
físicos e biológicos, cujo desfecho é inevitável, muito embora a “vida” possa
ser prolongada por meios artificiais... e deve ser encarada como algo
natural...
Sim...
deve ser encarada como um fato natural... isso não quer dizer absolutamente que
devemos ser indiferentes a esse fato... ou cairmos em lamentações desesperadas
por sua causa...
A
Morte pelo prisma Filosófico-Religioso
Em
todos os tempos, todos os povos vivenciaram a ideia da Morte de diversas
formas... a ciência ainda não pode determinar como isso começou... como evoluiu... e porque
está da forma que se encontra hoje... a ciência apenas tem conjecturas a esse
respeito, apesar das pesquisas...
Até
mesmo os animais... esses que consideramos irracionais... têm “pressentimentos”
e “atitudes” diante de uma próxima situação de morte. É sabido que alguns animais procuram um
cantinho pra morrer quando “pressentem” que sua hora está chegando... e pelo
visto, eles encaram a situação com mais naturalidade que nós...
Para as
crenças e religiões ocidentais pós o
evento Cristo, a concepção da morte encontra-se nos registros Bíblicos:
“A Bíblia refere-se a dois tipos de morte:
a morte física, que acontece com todas as pessoas quando param de viver e a
morte espiritual, quando elas não mantêm um relacionamento com Deus e Jesus
Cristo. O Velho e o Novo Testamento falam da morte de maneira diferente.
O Velho Testamento fala mais de morte física e o que significava para os israelitas.
O Novo Testamento fala mais de morte espiritual. Conta a história da vida de Jesus Cristo na Terra, que inclui sua morte e ressurreição.”
O Velho Testamento fala mais de morte física e o que significava para os israelitas.
O Novo Testamento fala mais de morte espiritual. Conta a história da vida de Jesus Cristo na Terra, que inclui sua morte e ressurreição.”
Mas a
Bíblia foi escrita por um povo oriental, que como todos os outros teve seus
envolvimentos com magia, alquimia e outras situações que foram proibidas após o
evento Moisés.
No
ocidente, até onde eu sei, os povos anteriores a era cristã, tratavam a morte
de forma bem diversa do que se vê hoje em dia.
Entre
os judeus antigos, da era Moisés havia a crença de que a morte simplesmente
anulava a existência do ser humano... dependendo do que ele fizesse em sua
vida, estaria diante de Deus... este “fazer” está intrinsecamente ligado à
obediência das leis impostas por Moisés, que são atribuídas a Deus, ou não...
Não me
cabe entrar no mérito dessa questão... eu creio mesmo que tais leis tenham sido
de inspiração divina, restringindo-me unicamente aos 10 Mandamentos...
Mas o
nosso foco em questão, não é a veracidade dos textos bíblicos ou sua mitologia.
Entre
esses 10 Mandamentos, há um especificamente que diz o seguinte:
Não
matarás.
Existe
aí algo sério sobre a vida e a morte que nunca foi questionado... tão pouco tal
mandamento foi observado e obedecido através dos tempos, por quem quer que
seja...
Se
a vida é uma dádiva preciosa dada por Deus, então... por que a Morte existe?
Mas será que a Morte existe mesmo, nos moldes desse padrão de pensamento humano?
Com o
passar do tempo, novas maneiras de “pensar” a morte foram surgindo entre o povo
judeu, que passou a considerar a existência de um pós morte, ainda concebido
dentro dos moldes tradicionais das ideias de bem e mal.
Da era
de Daniel até Jesus o Cristo, muitos profetas descreveram em palavras, suas
percepções sobre essa questão, tentando ensinar ao povo, o que podemos resumir
dessa maneira:
O
que se planta aqui, se colhe do outro lado.
[ou
aqui mesmo... ]
Eles falavam de uma vida espiritual... não de coisas materiais... e como
sempre, o povo tem dificuldades em entender o aspecto abstrato da vida...
E
talvez por essa razão, mais do que pelo fato alegado de que os funerais são uma
forma de homenagear os mortos, os povos de todos os tempos, sempre tem se
ocupado e preocupado com os aspectos materiais dos funerais.
As
práticas dos hábitos fúnebres tem acompanhado a humanidade em suas diversas
fases, diversos povos, e tendo em vista a crença que cultivam, seus hábitos se
desenvolvem de acordo com elas.
Em
contrapartida, o que deveria ser um adeus digno, tornou-se um vínculo
obrigatório, revestido de crenças supersticiosas, obrigações sociais, e demais
atavismos humanos...
Perdeu-se
o verdadeiro sentimento de homenagem, dando lugar ao desespero
incompreendido... a dignidade deu lugar à hipocrisia.
Contudo,
existem povos no oriente e na ásia que realmente ainda acreditam que é preciso
chorar no ritual fúnebre do morto, para que ele se sinta amado e “descanse em
paz”. O que conduz a um outro atavismo comportamental, pois atualmente
chegou-se ao absurdo de pagar pessoas para chorarem nos rituais fúnebres em
alguns lugares, por que as mulheres de uma tal seita/religião, não podem chorar
publicamente...
O.o ...
nem vou entrar nesses méritos... ¬¬ ... eu vejo um paradoxo absurdo em uma
situação como essa... mas... o mundo anda mesmo surtado e pelo avesso...
Para o
cristianismo do Novo Mundo – pós evento Cristo – Idade Média até os dias atuais
– a morte não é um fenômeno natural inerente à vida humana. Ela é um castigo divino decorrente do pecado
original do homem.
Todas
as explicações referentes a esse posicionamento são respaldadas no texto
bíblico e somente nesse texto. Todos os cristãos de uma forma geral,
independente de suas ramificações, acatam esse conceito como verdade única e
inquestionável.
Porém, dessa forma, tanto a vida como a morte tornam-se limitadas, verdadeiras prisões
de onde não há como escapar...
A
Morte em outras Culturas
Para
outras culturas, entre os povos orientais e asiáticos, que fundamentam suas
crenças no Budismo, a morte é apenas uma mudança de estágio... um retorno à
verdadeira vida, que se encontra no mundo espiritual. O momento da morte é
sagrado para cada indivíduo e deve ser encarado com serenidade e respeito. Mas
é um momento de alegria, dada a sua
importância, e a celebração, normalmente se dá com o uso de roupas brancas.
Os
povos espiritualistas, que ainda preservam sua crença Budista, não vêem a morte
como um fato negativo. Não veem motivo para desespero, nem lamentações
intermináveis e infrutíferas.
É
um equívoco pensar que, por sua maneira diferente de ver e vivenciar o fato
morte, eles sejam indiferentes à dor da separação. Apenas a perspectiva é bem
diversa daquela em que fomos obrigatoriamente viciados a acreditar.
Eles
apenas têm em mente que lamentações excessivas, ou qualquer tipo de lamentação
e desespero, ocasiona um desconforto desnecessário para aquele que está
deixando esse mundo, rumo ao mundo espiritual.
Enfim,
a pantomima da choradeira nos rituais fúnebres só causa tropeço para os
viajantes de além... principalmente porque, livres dos embaraços do corpo
material, ficam eles mais suscetíveis aos sentimentos humanos... e com certeza,
vão detectar todo tipo de sentimento, desde os mais sinceros, aos mais
dissimulados...
Essa
também é a premissa de várias filosofias espiritualistas que surgiram e foram
desenvolvidas lá pelos idos do século XVIII.
A morte
não “apaga” a personalidade humana... não “deleta” aquele ser que viveu na
terra... não anula a existência humana. A morte não é um castigo divino imposto
à humanidade, é apenas um fato decorrente da natureza humana. Tudo no mundo
humano é perecível, menos as qualidades do espírito.
Segundo
essa premissa, nós somos espíritos, existimos antes mesmo do nosso corpo ser
gerado, e depois da chamada “morte” voltamos a nosso estado natural... um
estado de essência divina... Deixamos o corpo humano e retomamos nossa forma
espiritual...
Os
vínculos familiares não são desfeitos... seus afetos não são esquecidos... em
compensação... os desafetos também não...
Não
haverá condenação eterna... pois o sentido de castigo eterno é ditado pela
consciência de cada um... por suas atitudes e pensamentos durante a vida na
terra, e consequentemente, suas escolhas...
Essas
filosofias estudam o aspecto da vida ligado à evolução espiritual, deixando de
lado a concepção de que a vida se torna inerte ou contemplativa, no pós morte,
passando a ser o reflexo das escolhas do Ser.
Isso
nos leva de volta ao princípio:
Colhemos aquilo que semeamos.
Parece-me
um tanto mais racional dessa forma.
Feitos
os devidos comentários sobre esse aspecto da Vida, que denominamos Morte, e
deixando bem claro que o assunto não foi exaurido, retornemos ao início do
nosso artigo, onde eu narrei uma conversa com uma pessoa conhecida...
Na
época em que essa conversa aconteceu, eu já havia estava afastada
geograficamente desse grupo... na minha nova residência, fiquei alguns anos sem
telefone, por que a operadora era realmente um lixo e não havia cobertura para
o bairro onde eu estava residindo.
Passado
algum tempo e superadas algumas dificuldades, finalmente o tal de telefone foi
instalado... mas... >.< ... muitos fatores contribuíram para que eu fosse
gradativamente perdendo o contato com as pessoas do grupo... até esse dia... e
depois disso, nunca mais...
Posteriormente
fiquei apenas sabendo, através de um contato rápido com outra pessoa do grupo,
que a tal homenagem foi prestada... mas que nem tudo havia se passado como o
planejado... e eu imagino o porquê...
Essas
pessoas abraçavam a filosofia espírita disseminada por Alan Kardec... mais
exatamente o que eles chamam de espiritismo... e com todo o elitismo que tem
direito, afirmam veementemente que o termo espiritismo foi criado
exclusivamente para a aplicação nessa doutrina... atualmente há os que frisam
que o espiritismo é kardecista... que seja... o universo não mudou seu curso
por causa disso...
Enfim...
a questão é a seguinte... em tese as pessoas afeitas a tal estudo, deveriam ser
mais realistas e equilibradas diante da Morte... mas só o são em teoria...
O
comportamento nos velórios e funerais, ainda é o mesmo dos fariseus... é
preciso um oceano de lágrimas, gritos de dor... desespero e afins, para se “mostrar”
ou “provar” o tamanho da dor...
Eu
mesma já testemunhei um comentário bastante cruel por parte de um visitante, em
que essa pessoa afirmava duramente que a viúva não estava sofrendo porque, até
o momento de se descer o caixão à terra, ainda não havia derramado uma
lágrima...
Fiquei estarrecida
ao perceber a leviandade do comentário...
Cada um sabe da dor que lhe vai
no coração e não deve satisfações a quem quer que seja...
Mas é
assim que as pessoas se comportam... e aí, o mundo deu voltas e nós estamos
parados diante do mesmo questionamento:
Por que as pessoas entram em
pânico ou desespero diante da morte?
A
afeição que se tem por uma pessoa, o carinho, o respeito, o verdadeiro
sentimento de amor... nada disso será medido em lágrimas depois que a pessoa
partir...
O que
realmente conta, é o que fizemos por ela enquanto “viva”... é a maneira como
vivemos com a pessoa...
Desespero tem mais a ver com
sentimentos duvidosos, como o egoísmo, do que com AMOR...
A
dor de uma saudade não pode ser medida em atitudes públicas de desespero...
Quando
a minha mãe deixou esse plano de existência, eu simplesmente não consegui ter
reação nenhuma... não derramei uma lágrima... sequer sabia exatamente o que
estava sentindo...
Mas eu
sempre encarei a Morte, como um fato natural... eu realmente nunca tive medo da
morte... e depois de crescida passei a achar hipocrisia esses comportamentos
lacrimosos em público gerando comiseração... e acredite... existem motivos de
sobra pra jogar na conta da hipocrisia tais comportamentos...
Também,
em função dos meus muitos estudos, eu não queria atrapalhar a travessia dela,
nem de ninguém...
Mas se
eu disser que nunca chorei a ausência dela, é mentira... aconteceu uns quase
três anos depois... eu estava sozinha em casa, arrumando algumas coisas as
quais iria me desfazer, e encontrei uma velha caixa onde guardava uns
retratos... nessa caixa havia umas fotos bem antigas da minha mãe...
Então a
saudade veio... avassaladora como uma tempestade... incontida... um lamento
mudo no fim da tarde... não sufoquei as lágrimas que pareciam uma torrente
desenfreada... apenas deixei acontecer... perdi a noção do tempo...
Já não
lembro mais os detalhes daquele momento... já fazem parte das lembranças que
não devem mais voltar...
Eu não
fui ao enterro da minha mãe... não porque não gostasse dela... simplesmente
percebi que não faria a menor diferença estar lá ou não... e com todas as
dificuldades de relacionamento que nós tivemos, eu tenho certeza que ela sabe
que foi importante pra mim... e é isso que realmente importa...
Independente
dos erros dos meus pais... e mesmo não sabendo a real situação deles na vida
espiritual, eu apenas quero acreditar que eles estão bem... que foram
acolhidos... e que, finalmente, eles podem realmente ter algum descanso...
Não é a morte que me
incomoda... é a maneira como se morre...
A morte
violenta, ou em condições desfavoráveis gera desconforto, trauma... muitas
vezes acaba por despertar um ódio latente no espírito que partiu...
Em
vida, as pessoas não querem se preparar para a morte, por acreditarem ser de
mal agouro... acreditam que se pensarem na morte vão ficar “atraindo” ou “chamando”
a morte para si...
Se
levarmos em conta a perspectiva do “SEGREDO”, faz sentido, mas existe um prima
mais sensato para essa questão. Preparar-se para a morte, não é ficar pensando
nela a vida inteira... isso também é tolice...
Preparar-se é ter uma vida
saudável, coerente, sensata, equilibrada, harmônica, nutrir bons sentimentos,
praticar boas ações... é ter em mente que, na essência, somos seres espirituais
e que estamos de passagem nesse mundo...
Não é
nada demais... não é pensar ao contrário... não é atrair com o pensamento...
não é fixar a mente em algo que está “destinado” a ser desagradável, porque
assim foi determinado pela incompreensão humana...
O medo
que a Morte provoca é consequência do “desconhecido” ao qual ela está
vinculada. Esse medo aguça o imaginário de uma forma negativa. As pessoas não
conseguem pensar em uma vida útil, tranquila e alegre, no plano espiritual,
porque só sabem ver o reflexo da vida que produzem aqui...
E quando
a mente cristaliza as ideias na qual se fixa, o que vai encontrar a criatura no
outro plano da existência, é exatamente o que ela acredita, ou que acreditou
enquanto estava nesse plano de existência.
Evidentemente,
as variantes existem e são muitas... mas basicamente é assim que funciona...
O medo
e o fanatismo mantém a mente fechada em um círculo vicioso de ideias que só
poderá ser rompido de acordo com a vontade do próprio Ser. As mentes
fragilizadas pelo medo, são facilmente escravizadas em um estado como de
dormência.
A
despeito de toda informação e conhecimento que se pode obter nos dias atuais, o
ser humano ainda continua enraizado nos conceitos obtusos dos ancestrais de
eras passadas... eventualmente encontramos alguma civilização que trate a morte
com o devido respeito a quem “morre”...
Todo evento
pertinente à vida humana, tem que ser celebrado publicamente, como se fosse um
troféu a ser ostentado... os motivos são os mais variados possíveis... nunca os
mais corretos...
Muitas
pessoas declinam da convivência de parentes e amigos, enquanto esses estão
vivos... depois, quando eles “morrem”, desesperam-se, porque aquela pessoa não
está mais por perto... mas aí, não vai ter desespero ou arrependimento que
conserte o que poderia ter sido feito e não foi... Já presenciei esse tipo de
situação tantas vezes que perdi a conta...
Certa
feita, uma pessoa da atual vizinhança onde moro, me disse o seguinte:
Quando
você morrer, ninguém vai ao seu enterro...
Fui
pega de jeito e de surpresa... não resisti e “escangalhei-me” de tanto rir da
observação da tal vizinha... que prontamente ficou amuada... não tiro a razão
dela... eu não gostaria que rissem da minha cara tão desavergonhadamente... por
isso sempre sou cautelosa com as coisas que falo aos outros... >.<
Quando cheguei
neste bairro, onde atualmente é minha residência, percebi que a maioria dos
habitantes locais eram pessoas de idade avançada... os mais jovens que
realmente buscam oportunidades, sempre se afastam daqui... os jovens que ficam
são os que não pensam muito na vida... nem na morte muito menos... >.<
Enfim...
com o passar dos anos, os idosos começaram a jornada rumo ao outro plano da
existência... eu simplesmente não me sinto inclinada a frequentar cemitérios...
sequer tive convivência com essas pessoas para tal envolvimento... e não me
sentia na obrigação de ir a enterro de quem quer que seja...
Depois
de 4 ou 5 enterros aos quais não compareci, fui rotulada de pessoa que não
respeita os mortos... ou coisa que o valha... isso pra mim não tem sentido nem
valor algum... e foi isso que gerou o comentário acima... a verdadeira intenção
da pessoa era alfinetar mesmo... já que ela não se sentia a vontade para falar
o que realmente pensava a respeito do assunto...
Eu dei
de ombros e apenas respondi reticentemente...
Eu
não me importo...
E realmente...
não me importo... que benefício existe em gente chorando em cima do meu caixão,
se não nutria por mim verdadeira amizade? O.O
Prova de amizade e carinho se
dá em vida...
Depois que
a pessoa partir, a prova de amizade e carinho que se pode dar a ela, é
mentalização para que ela encontre apoio e solidariedade no mundo espiritual...
que ela se liberte das tristezas e sofrimentos terrenos...
E
que ela se fortaleça espiritualmente para poder nos esperar com alegria quando
chegar a nossa vez...
O ser
humano, com a sua percepção atrofiada, e conceitos medíocres sobre a vida,
encaram a morte como um castigo...
Mas a
morte não é nenhum monstro...
Monstro é a hipocrisia que
escraviza a vida...
Essa
mesma hipocrisia que transforma um “até logo”, em adeus irremediável... que
transforma um ato de despedida respeitoso, em passarela da moda, exibição de
posses... e "tititi" sobre a vida alheia...
Aquele a
quem os pensamentos de amor e carinho deveriam estar voltados, jaz indiferente
no caixão...
A
Vida não tem limites... e a Morte só existe nos planos mais densos e limitados
da própria existência humana...
Nesse
nível a Morte é um mito sim... alimentado pela ignorância humana e vai
continuar assombrando e desesperando quantos ainda insistam em limitar a
própria existência... a própria Vida...
* * *
Pra finalizar,
pelo menos, temporariamente, esse assunto, vou deixar aqui o link de um texto
muito interessante que li...
Clarissa
de Franco
* * *
Boa Noite... Bons Sonhos...
* * *
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