segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Fitoterapia [ parte 01 ]

Mas... o que é?

É o método de tratamento de doenças através das plantas medicinais. 

A fitoterapia é a forma mais antiga e fundamental de medicina da Terra.

Diferentemente dos remédios alopáticos tão utilizados pela nossa medicina "moderna", é uma terapia que visa curar os males profunda e integralmente, de maneira não agressiva, buscando estimular as defesas naturais do organismo.

É possível cultivar várias plantas medicinais em casa, em pequenos espaços. Eis algumas dicas:

  • você pode usar vasos de barro, tendo o cuidado de deixar um pequeno furo no fundo para não acumular água; e para evitar que a água escorra pelo buraco de uma vez, é aconselhável colocar uma pequena pedra sobre o furo, ou algum pedaço pequeno de telha, ou o que for que você tenha disponível, desde que não seja material tóxico, por razões óbvias... >.<
Misture em partes iguais: terra, areia e húmus de minhoca, então plante a muda bem no centro do vaso regando a mesma com cuidado para não encharcar a terra, porém deixando-a bem molhada.

Deixe a planta por 2 a 5 dias em um lugar arejado, mas que não incida diretamente a luz do sol sobre as mudas.

Ou seja: as mudas devem sempre estar com a terra bem úmida, em local arejado e iluminado, contudo, sem receber diretamente a luz solar.

É fundamental que ao adquirir as ervas, tenha-se cuidado com alguns aspectos, para que a erva adquirida seja exatamente a que você precisa. Entre esses cuidados, vamos enumerar alguns de extrema importância:

  • Prefira adquirir produtos em farmácias de manipulação ou em lojas de fitoterápicos. Além de virem devidamente acondicionados e identificados, não ficam expostos à luz e calor, como ocorrem nas feiras livres e/ou vendedores ambulantes.

  • No caso de ervas frescas, as mesmas devem ser adquiridas em ervanários, que são lojas especializadas no comércio de ervas medicinais. Em algumas cidades é possível encontrar pessoas que comercializam as ervas frescas - in natura - contudo, é importante ter a certeza de que a erva que você está comprando foi colhida no dia e para que isso seja possível, o comerciante deve ser de sua inteira confiança.

  • Outro aspecto importante a ser observado, é o nome que as plantas recebem, que variam de acordo com a região e costumes. Neste caso, é aconselhável fazer alguma pesquisa para identificar a erva necessária, ou, conhecer o nome científico da mesma.
Quando se trata de erva desidratada [seca], alguns fornecedores colocam o nome científico logo após o nome popular, nas embalagens. Infelizmente, isso não é uma regra, então, dê preferência ao produtor que se mostra mas cuidadoso.

  • As partes das plantas devem vir, preferencialmente, separadas. Isso facilita a utilização e evitará que você seja enganado, levando partes que não lhe interessam, pagando pelo peso das mesmas.
Lembre-se que se for uma planta da qual somente as folhas serão utilizadas, porém a embalagem contém galhos [caules], estes pesam muito mais que somente as folhas, e como não serão utilizados, você estará pagando por um peso extra que não será consumido.

  • Ervas excessivamente moídas podem esconder outros elementos em seu meio, como galhos e até mesmo ervas daninhas, mais conhecidas como mato comum.

  • Ervas frescas, normalmente são encontradas em mudas, maços e embalagens de isopor, para serem guardadas na geladeira.

Existe uma normatização do Ministério da Saúde exigindo o uso de papel celofane para as embalagens das ervas desidratadas. Ainda em cumprimento dessas determinações, o rótulo deve conter a data de validade, o peso e a procedência do produto.

FIQUE ATENTO!!!!!

Infelizmente, a fiscalização não é suficiente e atuante, pois em vários locais de venda de ervas medicinais, é possível encontrar ervas em embalagens que não cumprem essas exigências. Contudo, cabe a você, meu caro leitor e consumidor, encarregar-se de escolher o que é melhor para a sua saúde.

A embalagem em papel celofane permite averiguar as condições em que se encontra a erva embalada, a qualidade da mesma e se contém aqueles micro visitantes indesejáveis que podem surgir, não só pela erva estar fora do prazo de validade, como também pelas condições de estocagem do próprio comerciante.

  • As ervas, após obtidas, devem ser armazenadas em recipientes de vidro escuro, ou cerâmica, mas principalmente, deve-se evitar o pó, a umidade e o calor intenso ou direto.
Particularmente, eu uso vidros transparentes mesmo, porque facilitam o monitoramento das condições das ervas. 

Pode acontecer que, eventualmente, ao passar da embalagem comercial para a sua embalagem, os famigerados micro visitantes indesejáveis apareçam, por encontrar condições propícias a sua subsistência, ou seja, as ervas desidratadas são embaladas à vácuo. Quando retiradas da embalagem do produtor, entram em contato com o ar, favorecendo o suporte de vida àqueles bichinhos, sejam eles alados ou não...

Essas criaturinhas ficam meio que em estado de "hibernação" o tempo que for necessário e é praticamente impossível conseguir enxergá-los nesse estado.

  • Quando retirada da embalagem original, é importante afixar, na embalagem onde será guardada, etiqueta com o nome e o prazo de validade da mesma, que deve ser fornecido pelo produtor, constando na embalagem original.

  • Se o seu objetivo é armazenar uma planta adquirida fresca, o primeiro passo do processo é colocá-la para secar à sombra, uma vez que a incidência direta dos raios solares, interfere nas propriedades terapêuticas da planta, pois destrói alguns princípios ativos da mesma.
Neste ponto a erva já pode ser acondicionada e armazenada por um período médio de * um ano.

          * Somos um tanto cautelosas com a extensão desse prazo de validade, pois, a experiência nos confirma o fato de que, quando armazenadas durante um longo período de tempo, estamos sujeitos a receber a "visita" dos "famigerados e minúsculos visitantes indesejáveis"... >.<
  • Para que as impurezas das folhas, raízes e cascas sejam retiradas, devem ser bem lavadas em água quente.
Só tenha cuidado para não transformar suas ervas imediatamente em um chá ou coisa parecida... >.< ... observe que esse quente não pode "cozinhar" sua planta, sob o risco de se tornar inútil para o fim de armazenamento.

Frutos e sementes também devem ser bem lavados, contudo, não há a necessidade de usar água quente no processo.


Meios mais comuns e conhecidos de utilização das plantas medicinais.

CHÁS

  • O Chá Tradicional - a erva é depositada diretamente em água fervente, onde é deixada por cerca de 1/2 minuto a ferver com o recipiente tampado. Após apagar o fogo, deixar o recipiente tampado por alguns minutos.
Este processo só deve ser usado quando houver recomendação específica para tal. O tempo de fervura da erva deve ser rigorosamente observado, para que a mesma não perca suas propriedades naturais.


  • Infusão - coloca-se a planta no fundo de um recipiente, despejando-se a água fervente sobre a mesma. A vasilha deve permanecer tampada por um período de 10 a 15 minutos, período esse que servirá para extrair as substâncias medicamentosas. Excelente método para flores, pétalas e folhas.
Particularmente é o processo que preferimos, por constatar que conserva melhor as propriedades naturais das plantas.

  • Decocção - a planta é colocada de molho em água fria, por algumas horas. Depois é levada ao fogo, na mesma água em que esteve de repouso, para ser fervida por um tempo médio de 5 a 20 minutos, dependendo da recomendação, em recipiente tampado.
Abrindo a fervura aguarde até 10 a 15 minutos - fervura em fogo baixo. Após o período de fervura, apague o fogo e deixe descansar, com a panela [ou outro utensílio que tenha sido usado para a fervura] tampada, por mais alguns minutos.

Esta é a forma mais apropriada para raízes, cascas e sementes, que devem ser cortadas em pedaços pequenos ou esmagadas antes de serem utilizadas, pois quanto menores forem os fragmentos da planta, menor o tempo de cozimento.

FIQUE ATENTO!!!!

Se o objetivo do preparado for para banho, [de assento ou outro qualquer] deve ser utilizado de morno para quente, dependendo da aplicação.

Se for para consumo, a temperatura do preparado deve ser de morno para frio, também dependendo da aplicação.

  • Maceração - coloca-se a planta de molho em água fria por até 24 horas, de acordo com sua qualidade. Desse modo evita-se a perda ou alteração de vitaminas e sais minerais presentes na planta ocorridos no processo de fervura.

Embora as dosagens das ervas possam variar muito de acordo com a utilização nos preparados acima, de modo geral pode-se basear nas medidas abaixo:  

  • folhas secas - 2 a 3 colheres de sopa por litro de água
  • folhas frescas - 4 a 6 colheres de sopa por litro de água
  • raízes e cascas - dependerá essencialmente da qualidade da erva.

Os chás deve ser tomados puros ou adoçados com mel puro, pelo menos com hora e meia distante das refeições e várias vezes ao dia.

Para crianças, salvo recomendação médica em contrário, a dose não deve exceder a 3 colheres de sopa ao dia.

Uma boa medida é tentar substituir o café e o chocolate por um chazinho de erva-doce, erva-cidreira, hortelã, camomila ou mesmo chá de maçã. 

Em um curto espaço de tempo você perceberá a diferença.



Texto retirado integralmente da revista Plantas e Ervas Medicinais, compilada por Daso Soares, Editora Provenzano - 2003

As adaptações textuais foram feitas de acordo com a necessidade do nosso blog.

[continua...]




























Nenhum comentário :

Postar um comentário

Nosso espaço é moderado com o objetivo de evitar debates impertinentes e outros assuntos em desacordo com o nosso objetivo. Agradecemos sua compreensão.