quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Nós e Nossas Escolhas...

Nós fazemos nossas escolhas... E o sofrimento faz parte delas... Sim... sim...

O sofrimento faz parte das nossas escolhas...


Detesto ter que admitir isso... todo mundo detesta também... ninguém de nós quer admitir que faz escolhas equivocadas... mas se assim não fosse, não haveria sofrimento nesse orbe que habitamos...

“Dia desses” estava conversando com um jovem, que do nada passou a falar-me da sua história, dos seus problemas...

Acontece que esse rapaz está para ser pai aos 22 anos... e essa parte não é a chave do problema... mas faz parte...

Esse jovem que chamaremos de K conheceu uma menina aos 18 anos, e apaixonou-se, porque ela “era linda”... “muito linda”... E depois dele citar umas quinhentas vezes que a menina era linda eu pensei...  - “ tem alguma coisa errada com essa beleza infinita... >.<” ... -  mas vamos lá...

Depois de passarem por todas as etapas de um começo de relacionamento, aconteceu de ficarem juntos e ela engravidou da primeira que criança, cuja gravidez não foi adiante... ele estava com 19 e ela com 17... e foram viver juntos por causa da situação...

Acontece também, que nosso K tinha dois amigos de infância... um rapaz e uma garota que eram vizinhos desde sempre...

Aqui eu faço o meu primeiro à parte, pois eu acho muito legal essa coisa de amigo de infância, que, diga-se de passagem, eu nunca tive...


Esse amigo, não era um amigo qualquer, era um primo de sangue... e a menina tinha mais dois irmãos, se não me falha a memória, que regulavam a idade dos rapazes...

Enfim, eram todos da mesma vizinhança... e isso eu também acho muito legal.

O primo J e a amiga L eram quase inseparáveis de K, segundo o que ele mesmo me contou, mas depois que houve esse envolvimento com S, a amiga L ficou um tanto distante, mas J não arredou o pé...

L foi criticada por se afastar do amigo em circunstâncias em que ele estaria “precisando” do apoio dos amigos e familiares, já que o pai de S praticamente obrigou os dois a assumirem uma vida em comum...

S quis casar... K não pensou no assunto e resolveu satisfazer a vontade de S. Casaram-se e os dois amigos foram chamados para serem padrinhos... E pelo que  eu percebi, L não teve coragem de negar e aceitou ser madrinha de K.

Dia do Casamento... dia depois do casamento... dias e dias depois... e S engravidou novamente...

E nesse ponto começou a via crucis do nosso K, que não é um personagem de anime, mas a história dele dá um baita enredo...

Detalhes à parte, K descobriu que esse filho não era dele... e ele sabia exatamente de quem era, porque isso foi contado a ele também...

E eu pensei enquanto escutava a história... - “ isso não pode estar acontecendo... isso não é de verdade...” – e enquanto eu olhava o rapaz ali, todo amudado, ele pronunciou quase as mesmas palavras do meu pensamento...

Então, quando veio o resto do desabafo, eu cheguei a essa conclusão: -

Nós escolhemos sofrimento sim...

Seja consciente ou não... o sofrimento faz parte das nossas escolhas... eu mesma já não conseguia negar isso... mesmo que quisesse... e por causa desse pensamento, faltou-me até ar na hora...
Encurtando o desfecho da história... L afastou-se dos amigos porque gostava de K, mas nunca teve coragem de assumir... ela não era uma garota “infinitamente linda” e não se sentia segura para competir com  S.

No dia do casamento de K, L e J ficaram juntos... mas foi só isso... só uma noite...

E o amigo e primo J, posteriormente envolveu-se com S... sendo que, K sabia que não poderia esse filho ser dele, por um questão dele... e quem contou sobre o envolvimento de S e J, foi L quando há não muitos dias, ele foi procurá-la pra desabafar... já estava desconfiado, e a amiga, em sua dor e um tanto de recalque, despejou-lhe um rio de lava na ferida já aberta.

E eu pensei... – “ já vi esse filme antes... reprise???? Não dá pra acreditar...”  Mas é a mais pura verdade... ainda enquanto ele falava as últimas palavras, caiu uma ficha quase negra na minha mente... há muitos e muitos anos lá pra trás, eu conheci um grupo de pessoas que passaram pela mesma situação, exatamente a mesma com todos os pingos e vírgulas...

Mas não é uma coisa que aconteça todos os dias... bom... pelo menos eu espero que não... já que para a minha felicidade não é a todo momento que alguém, do nada, resolve me contar todos os seus problemas... >.< ...Porque isso também seria um tanto penoso para mim...

E pra piorar a situação do jovem K, no dia em que sua amiga detonou os fatos na “lata” do indivíduo, ele “percebeu” que tinha por ela outros sentimentos... mas, nunca que ele ia imaginar isso, já que ela não “era tão linda”...

Novamente, eu pensei com muita amargura...

Definitivamente, nós escolhemos o sofrimento...

Ficamos ali parados, os dois... em plena Central do Brasil... esperando o trem... cada um mergulhado em seus pensamentos...

O rapaz estava mal mesmo, mas, palavras de consolo não iam ajudar em absolutamente nada, naquele momento... não havia realmente nada que eu pudesse fazer por aquela criatura ali tão abatida na minha frente...

Creio eu que qualquer coisa que eu dissesse só iria piorar o que já estava extremamente ruim...
E eu mesma já não estava lá essas coisas...

Consciente de que todos os meus problemas foram plantados exatamente por mim... pelas escolhas que eu fiz... e mesmo consciente de que eu já entendia isso perfeitamente, e já trabalhava esse aspecto da minha vida... eu simplesmente fiquei em estado de choque... e nem me pergunte porque... eu não saberia explicar...

O óbvio me acertou em cheio... de uma forma inesperada...

Eu fiquei pensando em quantas tolices fazemos quando somos jovens... depois a consideração estendeu-se para a vida toda...

Passamos a vida fazendo escolhas equivocadas, essa é a verdade... e, com raras exceções, alguns de nós, chega a idade avançada, tentando fazer as escolhas mais acertadas... a maioria apenas apela para o “faz de conta” e segue os dias como se nada houvesse acontecido.

Mas a vida cobra...

Um detalhe que é importante nessa história real de desencontros: - K , J e L, conheceram S em uma “festa” – na casa de alguém que eles nem conheciam... e J havia se interessado pela S, mas, como ela “era muito linda”, K “partiu pra cima” e enquanto não ficou com a garota, não se deu por vencido...

Se você, caro eventual leitor, prestar atenção, eu frisei em vários momentos a “beleza infinita” de S, porque esse era exatamente o motivo que levou K a se envolver com S... ele mesmo só falava da “beleza” da S... ele ainda estava “apaixonado” pela beleza da S... e eu tive a nítida impressão que a única coisa que realmente importava, era a beleza da S...

Mas, meu povo... beleza um dia acaba... e talvez ela não tenha grana suficiente pra ficar fazendo aplicação de botox...e o que vai ser de alguém que vive pela beleza e para a beleza, quando envelhecer?

Eu não estou fazendo apologia à feiura... >.< ... até porque... por mais feia que uma pessoa possa ser considerada por um grupo, ou por todos que a olham, sempre haverá alguém que vai achar aquela pessoa bonita... = fato.

E olha a situação peculiar em que esse grupo de pessoas se envolveu...

Todos se machucaram... e a amizade que havia entre os primos e L sofreu um sério abalo porque não foram exatamente sinceros uns com os outros, muito menos consigo mesmos...

Óbvio é que, hoje eu tenho plena consciência  de que, quando somos jovens, não pensamos na vida que estamos vivendo... não pensamos nas consequências das nossas escolhas... nem refletimos sobre as mesmas... e nunca... mas nunca mesmo, nos lembramos que um dia, iremos envelhecer...

Existem falhas em muitos pontos da vida que vivemos... na educação que recebemos ou não dos nossos pais,  nas informações que adquirimos na trajetória escolar e dos meios de comunicação... do próprio ambiente que vivemos, em nossa coletividade... e por aí vai...

São informações preciosas que deixaram de nos passar, por razões as mais variadas possíveis, mas, normalmente é porque as pessoas encarregadas dos nossos cuidados, também não receberam  orientação... é mais um círculo vicioso...

Existem comportamentos na sociedade que são cruéis... e quando eu falo certas coisas, tem gente que diz que eu sou cruel com as palavras... e que sou muito reacionária nas minhas ideias... mas olhe bem ao seu redor e diga com sinceridade pra você mesmo, onde é que o mundo tornou-se um lugar melhor pra se viver com as atitudes e decisões humanas que vem sendo desenvolvidas ao longo dos séculos...

Cruel é a indiferença com que lidamos com os problemas das pessoas que dizemos amar...



Veja bem como eu analiso a situação narrada aqui...

J e L ficaram juntos por uma única noite, porque estavam magoados com as pessoas que amavam... e queriam de alguma forma colocar toda essa mágoa pra fora, talvez mesmo ter um motivo pra ficar com raiva de alguém por causa da própria omissão...

Todo mundo sabia que L gostava de K, mas ninguém tinha coragem de dizer, de assumir...
No dia em que conheceram S, K percebeu o interesse do primo na menina, mas não quis perguntar e como o outro não falou nada, ele resolveu investir.

L ficou chateada no dia da tal festa e K e J perceberam... mas, K resolveu ficar na dele e J teve a confirmação de que L gostava de K porque ela ficou “alta” e contou pra ele...

K queria S porque ela era bonita... e somente por isso... e no fundo, no fundo... ele sabe disso... mas... ... ... é tão fácil apaixonar-se pela beleza... afinal... para a sociedade moderna é só o que importa...

E na mente desse jovem, L estaria sempre ao lado dele... o que me soou um tanto egoísta... ¬¬

Coisa de novela mexicana... é... eu assisti sim... abafa o caso... ¬¬

E quando finalmente alguém resolveu ter uma conversa séria, o que aconteceu foi o despertar de um vulcão de emoções distorcidas... e a mágoa eclodiu como lava fervente...

Ou seja... o dano estava causado, mas esses jovens não sabem como e se é possível reverter isso... e eu também não sei...  porque aprendi que, cada um só sabe o que vive ou o que já viveu... eu posso escrever aqui toda uma análise sobre a situação, mas não sou eu quem está sofrendo por causa dos próprio erros...

E no final das contas o nosso jovem K só sabia falar da “beleza” da sua S e culpar os amigos porque não foram sinceros com ele, porque foram “traíra”, porque isso, porque aquilo... se isso e se aquilo...

E em um determinado momento eu não resisti e perguntei na “lata” mesmo... “SE” L tivesse confessado os sentimentos, ele ficaria com ela, ele aceitaria sem estremecimentos, ele não se afastaria dela?

“SE” J tivesse comentado que se interessou por S, ele K, teria deixado quieto e se afastado da menina que era o alvo do seu primo e até então, melhor amigo?

E porque, ele K, percebendo tantos “sinais” não buscou a verdade? Se ele percebeu que até o primo estava a fim da garota que chamava a atenção na festa, porque “ELE”, K, não teve a iniciativa de uma atitude transparente...

O nosso jovem não tinha resposta... mudou de assunto como se nunca tivesse me contado nada...

Desceu na estação que era o seu destino... e com certeza, nunca mais nos veremos... e como eu também tenho certeza que essa criança nunca vai ler o meu blog, eu posso calmamente refletir sobre tudo isso aqui e narrar essa história...

Bom... concordo com você, eventual leitor que, nunca é tempo demais e um termo muito arriscado... mas... >.<

Ainda pensando na situação de K, uma outra singularidade deixou-me estarrecida... no meio de toda essa situação está uma criança por nascer...

Olha só em que "climão" essa criança vai nascer... esses pais têm mesmo condições de orientar um filho?

Dispensar cuidados físicos qualquer um pode fazer, não precisa ser diplomado e experiente pra isso, muito embora, experiência conte muito nessas horas, mas também existe uma coisa com a qual podemos contar e que se chama sensatez...

Mas esse jovens foram... jovens??? Apenas isso?

E só porque somos jovens, então temos o direito de bagunçarmos tudo ao nosso redor?

Bem, a nossa lei pátria, atualmente, atribui infinitos direitos aos jovens e crianças, mas nenhuma obrigação...

E eu penso seriamente que o mundo está com problemas... sérios problemas, por causa dessas percepções pelo avesso, distorcidas, equivocadas...

A questão da ignorância, é uma questão espiritual... quer o povo queira ou não, quer goste ou não, quer acredite ou não...

A ignorância que é estimulada aqui no nosso plano material, é manipulada no plano espiritual... aproveitando-se da fraqueza humana... pois o ser humano sempre busca os caminhos mais obscuros... e essa atitude facilita a manipulação das trevas...

Mas, só pra variar um pouco, o ser humano não quer abrir mão das suas futilidades... e essa atitude o leva aos caminhos do sofrimento...

Então eu volto a afirmar:-

Incontestavelmente, nós escolhemos o sofrimento...

Se a nossa escolha fosse a felicidade, certamente o mundo seria um lugar bem melhor de se viver...

Mas a nossa percepção de felicidade é muito vaga e limitada... é volátil... fugaz... trivial... e com prazo de validade, o que torna a situação bem pior...

Eu não posso dizer absolutamente que se K tivesse aceitado L desde o início as coisas teriam acontecido de forma completamente diferente, porque não sou adivinha e já deixei isso bem claro... isso de ver futuro não existe...

O que existe é que algumas pessoas em algum dado momento têm a premonição de fatos que “PODEM” vir a acontecer, mas essa análise é feita pelo plano espiritual e se existe alguém que pode conjecturar de acontecimentos futuros em alguma escala, esse alguém está no plano espiritual... e são eles que enviam esses avisos para nós.

Mas isso é outra história... eventualmente poderemos falar disso em algum futuro, seja próximo ou distante... >.<

É fato que as nossas escolhas determinam as situações nas quais nos envolveremos e suas consequências.

E todas essas histórias que chegam até os meus ouvidos, seja pelos próprios protagonistas, seja por outra pessoa, cada vez mais deixam clara na minha mente a ideia de que:-

Somos os autores da nossa própria história...

E que:-

Ninguém erra nem acerta nada sozinho...

Mas essa segunda realidade não nos dá o direito de ficar acusando ninguém dos nossos problemas, pois até as nossas companhias são resultado das nossas escolhas por afinidade.

Em algum artigo aí para trás eu afirmei que à medida que vamos mudando nossa maneira de ser, naturalmente pessoas e situações aproximam-se ou afastam-se de nós... é a lei da afinidade...  lei da atração... ou seja lá o nome que queiram dar... o nome não muda essa realidade.

As atitudes e decisões de K trouxeram consequências para a vida dele e das pessoas que estavam envolvidas com ele.


Mesmo que sendo jovem ou criança, a responsabilidade do ser humano é proporcional à fase em que ele se encontra no orbe...

Se ninguém ensina a uma criança noções rudimentares de responsabilidade enquanto ela é criança, e gradativamente vai expandindo esse conhecimento, tornar-se-á um adulto insuportável, sem escrúpulos, de caráter distorcido... enfim... uma pessoa que eu gostaria de manter bem longe de mim... >.<

E por causa dessa falta de orientação, a mais das vezes, o que já era ruim, fica pior...

Eventualmente, apenas, eventualmente, alguém pode até decidir a coisa certa, mas, provavelmente, será por motivos equivocados.

Então não dá pra esperar que o resultado seja mais positivo que negativo.

A vida todos os dias nos coloca lições preciosas para o nosso aprendizado, mas a indiferença diante da vida faz com que esse aprendizado se torne doloroso. Porque, não necessariamente, somos obrigados a aprender pelo sofrimento...

Apenas, essa forma de aprendizado tornou-se nossa escolha...


Simples Assim...


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