quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Dependência Emocional

“Enquanto a pessoa cultivar dependência ao que quer que seja, ela não estará apta a viver a liberdade... liberdade espiritual...”

Esse pensamento me fez lembrar de algumas pessoas que conheço, que de alguma forma, se encaixam nessa premissa... a dependência...

Pessoas criam as dependências nas quais vivem, e depois passam longo tempo de suas vidas a queixarem-se de tudo e todos ao se redor, como se o mundo fosse o culpado pela situação que vivem.

Existem vários tipos de dependência, mas eu creio que a mais sutil e ao mesmo tempo, mais devastadora, é a dependência emocional.

Normalmente a dependência emocional é confundida com outros sentimentos, mas, principalmente com amor...

Aliás... eu gostaria de saber porque as pessoas estão sempre confundindo todo tipo de sentimento e sensações com amor... Tudo é chamado de amor, hoje em dia... mas amor mesmo que é bom, não acontece...

E   fico me perguntando porquê, mesmo percebendo que talvez  já saiba a resposta... é... eventualmente eu já sei a resposta...

Várias e várias vezes  tenho dito que cada pessoa deveria cuidar mais de sua vida e deixar a dos outros de lado... parece-me lógico e racional que, se fosse pra cuidar de várias vidas, nós teríamos mais de uma... >.< ... [ Isso porque, aparentemente, temos uma vida só... talvez dividida em muitos estágios, mas uma só... e até que provem o contrário, é assim que percebo a vida... ]


Existem pessoas com tantos problemas a serem resolvidos, mas estão preocupadas com o que o outro está fazendo...

Ser feliz é algo tão simples... mas tão simples, que tanta simplicidade não satisfaz os anseios das pessoas que estão com a mente voltada para complexidades inúteis...

Existem sim, comportamentos e situações no mundo que realmente incomodam... MAS... a maneira personalíssima de pensar de algumas pessoas não muda nada, enquanto essas mesmas pessoas não mudarem a atitude que elas têm diante da vida.

A pessoa vai criando vínculos emocionais cada vez mais estreitos com a pessoa alvo das suas insatisfações, sem mesmo conviver com elas, sem mesmo coabitar com elas...

Só o fato de estar pensando no quanto aquela pessoa te contraria, por suas ações, já fortalece o vínculo indesejável... e esse tipo de energia só vai atrair energias afins... ou seja... quanto mais você pensa nas pessoas que você considera erradas e que te irritam, mais pessoas com comportamentos iguais irão se aproximar de você...

“Então pra que é que é  você mesma publicou aqui tantas simpatias e afins para afastar pessoas indesejáveis?”

É simples... mas provavelmente quem realmente precisa dessas coisas não percebeu porquê...




Porque nós funcionamos como um imã... Somos nós mesmos que atraímos pessoas e situações para a nossa vida... simples assim...

Esses subterfúgios funcionam, mas provavelmente, o espaço ocupado pela pessoa que se afastou  será preenchido por outra com o mesmo padrão vibratório... e por quê?
  
Resolvi voltar a esse tema, não só pelo e-mail que recebi, abordando esse tipo de situação e questionando os meus artigos publicados, sobre essa questão... mas também porque eu conheço algumas pessoas que vivenciam essa experiência.

Uma vive tentando afastar certas pessoas da vida dela, contudo, apenas lançar mão de subterfúgios e não mudar a atitude mental e suas ações diante de pessoas e circunstâncias, não vai resolver a questão como em um passe de mágica... isso, definitivamente não existe...

Se você realmente pretende afastar pessoas de energia negativa e pesada, pessoas inconvenientes, ou  seja mais o que for, vamos deixar uma coisa bem clara aqui, a mudança tem que partir de você e não do mundo ao seu redor... simples assim...

Vigie seus pensamentos.  Discipline seus pensamentos.

Vigie suas palavras. Discipline suas palavras.

Se as ações de uma pessoa te incomodam, olhe para o outro lado... Se no outro lado também houver alguém que te incomode, olhe para o céu... deve ser mais bonito que a cara das pessoas que te desagradam... >.<

Deixe a vida dos outros a cuidado deles mesmos... você já tem sua  vida pra cuidar... – não é o suficiente? ¬¬

O mundo não vai andar pela sua cartilha... pela sua educação... pelas suas ideias e por aí vai... não é você quem dita as normas da vida dos outros...

Faça o que é certo e continue sendo um bom exemplo... Não estamos aqui falando de conivência, e sim de escolhas... Você faz as suas e os outros fazem as deles... por mais errados que nos pareçam, não somos nós os juízes... muito menos os legisladores [divinos]...

Em vez de reclamar pelas costas, assuma a sua opinião diante daquele que te contraria ou  irrita. Ou então, aceite passivamente toda a contrariedade e passe a conviver com isso, sem reclamar...

É um direito seu não gostar ou discordar de ações alheias que te prejudicam... ou que você pensa ou sente que te prejudicam... Mas é sua obrigação agir de acordo com suas ideias e aspirações, pois caso não o faça, você apenas será mais um hipócrita na multidão...

Existe uma linha muito tênue entre a conivência e a tolerância, ou compreensão...

A maioria das pessoas, hoje em dia, não entende, ou não quer entender que os direitos individuais são limitados pelo direito coletivo... e que, o direito de um termina onde começa o direito do outro...

Existe um discurso hipócrita e irritante sobre tolerância e igualdade... mera hipocrisia...

Em uma sociedade onde o indivíduo negligencia a própria educação, não há que se falar em direitos...  até porque, educação vem de berço, começa em casa... e nunca dependeu de escolas ou organizações governamentais...

No me entender, tudo no Universo é uma questão de  afinidade... e inteligência...

Quando a nossa energia não é compatível com a energia ao nosso redor, o melhor que podemos fazer é abstrair-mo-nos de envolvimentos com pessoas e situações afins com tais energias que nos causam desconforto...

Eu, particularmente, tenho verdadeira aversão a certos comportamentos considerados muito normais, hoje em dia... contudo, reconheço que por mais primitivos que me pareçam, as pessoas que se encontram nesse padrão vibratório, têm o direito de escolher viver dessa ou daquela forma... não é problema meu... realmente, não é...

A minha vida e as minhas escolhas não são baseadas na opinião alheia, muito menos no “modus vivendi” alheio... e não cabe a mim decidir a vida de ninguém... eu  apenas decido a minha e pronto...

Se viver em meio a esse círculo indesejável,  for a aparente única opção, o melhor que podemos fazer é ignorar as ações equivocadas das demais pessoas; o isolamento é realmente a melhor opção nesses casos...

Para pessoas que “precisam” de uma vida social, isso é, sem sombra de dúvida, um grande problema...

Contudo, existe um outro prisma a ser analisado...

Desde muito pequenos, crescemos ouvindo as pessoas defenderem a ideia de que o homem é um ser social por natureza... na minha perspectiva, existe nessa premissa uma infinita relatividade...

A vida em sociedade só é prazerosa quando se tem afinidade com os hábitos e ideias dessa mesma sociedade.

Ao meu  modo de ver, essa necessidade de viver em grupo, apenas é o medo de ficar sozinho disfarçado de sociabilidade.

Existe gente que chega ao ponto de ficar sozinho em casa com a televisão ligada, apenas para ter a sensação de que tem companhia.

Eu, particularmente, prefiro ouvir música... mais especificamente o que considero boa música... >.<

A música me ajuda a refletir na pessoa que eu sou e na pessoa que quero ser... ajuda a refletir sobre as situações que preciso decidir... ajuda a refletir sobre as minhas escolhas e suas consequências...

Quando medito consigo gostar mais de mim...

Obviamente não foi sempre assim... já tive muitos complexos e inseguranças, e fui superando todos os meus obstáculos interiores à medida que ia me conhecendo e identificando o que precisaria ser transmutado... educado...

E é nesse ponto que atingimos um ponto crucial nessa questão: a busca do auto conhecimento não prescinde de várias horas de solidão... você com você mesmo... olhar com os olhos da alma, nos olhos da própria alma...

Ver quem realmente se é... saber quem realmente se é... sentir quem realmente se é...

A maioria das pessoas não está preparada para ficar sozinha consigo e esse é um fator fundamental para que se crie a dependência emocional...

Há muitos anos atrás, conheci uma pessoa com um casal de filhos, alguma coisa mais jovens que eu... [ sempre tive essa tendência e facilidade em fazer amizade com pessoas com mais idade que eu... >.< ... sensivelmente mais idade... >.< ]...

Essa amiga vivia para os filhos... até ai... quase normal... mas, filhos crescem... e é mais normal ainda que cada um vá viver a sua vida...

Muitos anos mais tarde, quando ela se separou do marido, teve uma discussão feia com o filho, e em razão disso, acabou na terapia... que não ajudou em muita coisa, diga-se de passagem... aliás, nada ajudou, nem mudar de religião...

A razão era simples... a dependência emocional...

Minha amiga usou todos os subterfúgios possíveis e disponíveis ao seu alcance... mas, o mais importante é que ela não usou nada disso para curar o coração...

No final das contas tudo se resumia à insatisfação com a própria vida... então ela projetava os seus sonhos e desejos nas pessoas ao seu redor... [ sobrou até pra mim... >.< ]...

Mas cada um é um... cada um tem sua vida, seus sonhos e desejos... suas aspirações... sua própria vontade...

Eu, como mãe, quero o melhor para os meus filhos... quero a felicidade deles... mas, tenho plena consciência que não posso e não devo querer decidir o que é melhor pra eles...

Dói... mas faz parte...

Não posso me permitir pensar que eles só serão felizes se andarem pela minha cartilha... se escolherem viver de acordo com as minhas regras... se acatarem plenamente as minhas escolhas para a vida deles...

Dói... dói muito sim... mas faz parte...

Ninguém em sã consciência quer ver a pessoa que ama sofrendo...

Mas... cada um tem sua vida pra viver...

Querer viver a vida do outro, seja quem for, é criar dependência emocional...

Querer que o outro viva segundo a sua própria vida, além de criar dependência emocional, é egoísmo... egolatria...

Infelizmente, no plano de existência no qual nos encontramos,  o sofrimento faz parte da vida... todos nós queremos a felicidade, para nós e para quem amamos... não está aí o erro...

O erro consiste em nos arvorarmos em  verdades e razões infundadas, que nos permitam cogitar o direito de escolher a vida dos nossos amados.

A águia nos dá um exemplo interessante para a nossa vida... quando chegada a hora, ela mesma empurra seus filhotes para fora do ninho... cuidadosa e carinhosamente, é claro... afinal, ela também é mãe... >.<

Ela sabe que, se eles não aprenderem a voar, perecerão...

O problema da afetividade dependente, é que todas as pessoas estão sujeitas a esse vínculo, não só filhos, mas também amigos, parentes, colegas de trabalho, amantes... qualquer pessoa, não importa o grau ou nível de relacionamento que exista...

Enquanto a pessoa alimentar mentiras e medos em sua vida, mais escrava se tornará de dependências emocionais...


A nossa liberdade emocional tem um preço que não pode ser pago em moedas, e não aceita sacrifícios alheios... Simples assim...

 

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