“Enquanto a pessoa cultivar dependência ao que quer que
seja, ela não estará apta a viver a liberdade... liberdade espiritual...”
Esse pensamento me fez lembrar de algumas pessoas que
conheço, que de alguma forma, se encaixam nessa premissa... a dependência...
Pessoas criam as dependências nas quais vivem, e depois
passam longo tempo de suas vidas a queixarem-se de tudo e todos ao se redor,
como se o mundo fosse o culpado pela situação que vivem.
Existem vários tipos de dependência, mas eu creio que a mais
sutil e ao mesmo tempo, mais devastadora, é a dependência emocional.
Normalmente a dependência emocional é confundida com outros
sentimentos, mas, principalmente com amor...
Aliás... eu gostaria de saber porque as pessoas estão sempre
confundindo todo tipo de sentimento e sensações com amor... Tudo é chamado de
amor, hoje em dia... mas amor mesmo que é bom, não acontece...
E fico me perguntando porquê, mesmo percebendo
que talvez já saiba a resposta... é...
eventualmente eu já sei a resposta...
Várias e várias vezes tenho dito que cada pessoa deveria cuidar mais
de sua vida e deixar a dos outros de lado... parece-me lógico e racional que,
se fosse pra cuidar de várias vidas, nós teríamos mais de uma... >.< ...
[ Isso porque, aparentemente, temos uma vida só... talvez dividida em muitos
estágios, mas uma só... e até que provem o contrário, é assim que percebo a
vida... ]
Existem pessoas com tantos problemas a serem resolvidos, mas
estão preocupadas com o que o outro está fazendo...
Ser feliz é algo tão simples... mas tão simples, que tanta
simplicidade não satisfaz os anseios das pessoas que estão com a mente voltada
para complexidades inúteis...
Existem sim, comportamentos e situações no mundo que
realmente incomodam... MAS... a maneira personalíssima de pensar de algumas
pessoas não muda nada, enquanto essas mesmas pessoas não mudarem a atitude que
elas têm diante da vida.
A pessoa vai criando vínculos emocionais cada vez mais
estreitos com a pessoa alvo das suas insatisfações, sem mesmo conviver com
elas, sem mesmo coabitar com elas...
Só o fato de estar pensando no quanto aquela pessoa te
contraria, por suas ações, já fortalece o vínculo indesejável... e esse tipo de
energia só vai atrair energias afins... ou seja... quanto mais você pensa nas
pessoas que você considera erradas e que te irritam, mais pessoas com
comportamentos iguais irão se aproximar de você...
“Então pra que é que é você mesma publicou aqui tantas simpatias e
afins para afastar pessoas indesejáveis?”
É simples... mas provavelmente quem realmente precisa dessas
coisas não percebeu porquê...
Resolvi voltar a esse tema, não só pelo e-mail que recebi,
abordando esse tipo de situação e questionando os meus artigos publicados,
sobre essa questão... mas também porque eu conheço algumas pessoas que
vivenciam essa experiência.
Uma vive tentando afastar certas pessoas da vida dela,
contudo, apenas lançar mão de subterfúgios e não mudar a atitude mental e suas
ações diante de pessoas e circunstâncias, não vai resolver a questão como em um
passe de mágica... isso, definitivamente não existe...
Se você realmente pretende afastar pessoas de energia
negativa e pesada, pessoas inconvenientes, ou seja mais o que for, vamos deixar uma coisa
bem clara aqui, a mudança tem que partir de você e não do mundo ao seu redor...
simples assim...
Vigie seus
pensamentos. Discipline seus
pensamentos.
Vigie suas palavras.
Discipline suas palavras.
Se as ações de uma pessoa te incomodam, olhe para o outro
lado... Se no outro lado também houver alguém que te incomode, olhe para o
céu... deve ser mais bonito que a cara das pessoas que te desagradam...
>.<
Deixe a vida dos outros a cuidado deles mesmos... você já
tem sua vida pra cuidar... – não é o
suficiente? ¬¬
O mundo não vai andar pela sua cartilha... pela sua
educação... pelas suas ideias e por aí vai... não é você quem dita as normas da
vida dos outros...
Faça o que é certo e continue sendo um bom exemplo... Não
estamos aqui falando de conivência, e sim de escolhas... Você faz as suas e os
outros fazem as deles... por mais errados que nos pareçam, não somos nós os
juízes... muito menos os legisladores [divinos]...
Em vez de reclamar pelas costas, assuma a sua opinião diante
daquele que te contraria ou irrita. Ou
então, aceite passivamente toda a contrariedade e passe a conviver com isso,
sem reclamar...
É um direito seu não gostar ou discordar de ações alheias
que te prejudicam... ou que você pensa ou sente que te prejudicam... Mas é sua
obrigação agir de acordo com suas ideias e aspirações, pois caso não o faça,
você apenas será mais um hipócrita na multidão...
Existe uma linha muito tênue entre a conivência e a
tolerância, ou compreensão...
A maioria das pessoas, hoje em dia, não entende, ou não quer
entender que os direitos individuais são limitados pelo direito coletivo... e
que, o direito de um termina onde começa o direito do outro...
Existe um discurso hipócrita e irritante sobre tolerância e
igualdade... mera hipocrisia...
Em uma sociedade onde o indivíduo negligencia a própria
educação, não há que se falar em direitos...
até porque, educação vem de berço, começa em casa... e nunca dependeu de
escolas ou organizações governamentais...
No me entender, tudo no Universo é uma questão de afinidade... e inteligência...
Quando a nossa energia não é compatível com a energia ao
nosso redor, o melhor que podemos fazer é abstrair-mo-nos de envolvimentos com
pessoas e situações afins com tais energias que nos causam desconforto...
Eu, particularmente, tenho verdadeira aversão a certos
comportamentos considerados muito normais, hoje em dia... contudo, reconheço
que por mais primitivos que me pareçam, as pessoas que se encontram nesse
padrão vibratório, têm o direito de escolher viver dessa ou daquela forma...
não é problema meu... realmente, não é...
A minha vida e as minhas escolhas não são baseadas na
opinião alheia, muito menos no “modus
vivendi” alheio... e não cabe a mim decidir a vida de ninguém... eu apenas decido a minha e pronto...
Se viver em meio a esse círculo indesejável, for a aparente única opção, o melhor que
podemos fazer é ignorar as ações equivocadas das demais pessoas; o isolamento é
realmente a melhor opção nesses casos...
Para pessoas que “precisam” de uma vida social, isso é, sem
sombra de dúvida, um grande problema...
Contudo, existe um outro prisma a ser analisado...
Desde muito pequenos, crescemos ouvindo as pessoas
defenderem a ideia de que o homem é um ser social por natureza... na minha
perspectiva, existe nessa premissa uma infinita relatividade...
A vida em sociedade só é prazerosa quando se tem afinidade com
os hábitos e ideias dessa mesma sociedade.
Ao meu modo de ver,
essa necessidade de viver em grupo, apenas é o medo de ficar sozinho disfarçado
de sociabilidade.
Existe gente que chega ao ponto de ficar sozinho em casa com
a televisão ligada, apenas para ter a sensação de que tem companhia.
Eu, particularmente, prefiro ouvir música... mais
especificamente o que considero boa música... >.<
A música me ajuda a refletir na pessoa que eu sou e na
pessoa que quero ser... ajuda a refletir sobre as situações que preciso
decidir... ajuda a refletir sobre as minhas escolhas e suas consequências...
Quando medito consigo
gostar mais de mim...
Obviamente não foi sempre assim... já tive muitos complexos
e inseguranças, e fui superando todos os meus obstáculos interiores à medida
que ia me conhecendo e identificando o que precisaria ser transmutado...
educado...
E é nesse ponto que atingimos um ponto crucial nessa
questão: a busca do auto conhecimento não prescinde de várias horas de
solidão... você com você mesmo... olhar com os olhos da alma, nos olhos da
própria alma...
Ver quem realmente se
é... saber quem realmente se é... sentir quem realmente se é...
A maioria das pessoas não está preparada para ficar sozinha
consigo e esse é um fator fundamental para que se crie a dependência
emocional...
Há muitos anos atrás, conheci uma pessoa com um casal de
filhos, alguma coisa mais jovens que eu... [ sempre tive essa tendência e
facilidade em fazer amizade com pessoas com mais idade que eu... >.< ...
sensivelmente mais idade... >.< ]...
Essa amiga vivia para os filhos... até ai... quase normal... mas, filhos
crescem... e é mais normal ainda que cada um vá viver a sua vida...
Muitos anos mais tarde, quando ela se separou do marido,
teve uma discussão feia com o filho, e em razão disso, acabou na terapia... que
não ajudou em muita coisa, diga-se de passagem... aliás, nada ajudou, nem mudar
de religião...
A razão era simples... a dependência emocional...
Minha amiga usou todos os subterfúgios possíveis e
disponíveis ao seu alcance... mas, o mais importante é que ela não usou nada
disso para curar o coração...
No final das contas tudo se resumia à insatisfação com a
própria vida... então ela projetava os seus sonhos e desejos nas pessoas ao seu
redor... [ sobrou até pra mim... >.< ]...
Mas cada um é um... cada um tem sua vida, seus sonhos e
desejos... suas aspirações... sua própria vontade...
Eu, como mãe, quero o melhor para os meus filhos... quero a
felicidade deles... mas, tenho plena consciência que não posso e não devo
querer decidir o que é melhor pra eles...
Dói... mas faz parte...
Não posso me permitir pensar que eles só serão felizes se
andarem pela minha cartilha... se escolherem viver de acordo com as minhas
regras... se acatarem plenamente as minhas escolhas para a vida deles...
Dói... dói muito sim... mas faz parte...
Ninguém em sã consciência quer ver a pessoa que ama
sofrendo...
Mas... cada um tem
sua vida pra viver...
Querer viver a vida do outro, seja quem for, é criar
dependência emocional...
Querer que o outro viva segundo a sua própria vida, além de
criar dependência emocional, é egoísmo... egolatria...
Infelizmente, no plano de existência no qual nos
encontramos, o sofrimento faz parte da
vida... todos nós queremos a felicidade, para nós e para quem amamos... não
está aí o erro...
O erro consiste em nos arvorarmos em verdades e razões infundadas, que nos permitam
cogitar o direito de escolher a vida dos nossos amados.
A águia nos dá um exemplo interessante para a nossa vida...
quando chegada a hora, ela mesma empurra seus filhotes para fora do ninho... cuidadosa e carinhosamente, é claro... afinal, ela também é mãe... >.<
Ela sabe que, se eles
não aprenderem a voar, perecerão...
O problema da afetividade dependente, é que todas as pessoas
estão sujeitas a esse vínculo, não só filhos, mas também amigos, parentes,
colegas de trabalho, amantes... qualquer pessoa, não importa o grau ou nível de
relacionamento que exista...
Enquanto a pessoa alimentar mentiras e medos em sua vida,
mais escrava se tornará de dependências emocionais...
A nossa liberdade emocional tem um preço que não pode
ser pago em moedas, e não aceita sacrifícios alheios... Simples assim...
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