Certa vez,
lendo um livro sobre Gandhi, fiquei um tanto surpreendida com a declaração de
que ele não se permitiria ser feliz, ou não conseguiria ser feliz, enquanto
houvesse miséria no mundo...
Chico
Xavier, por outro lado, afirmou que se houvesse o “feijão com arroz” à mesa,
estaria tudo bem...
Jesus,
o Cristo, tinha o dom da palavra e da cura... segundo a Bíblia, reviveu, ou ressuscitou
seu amigo, sepultado há três dias... mas foi crucificado sob a infame
provocação “Salva-te a ti mesmo”...
Martin
Luther King, defendia a igualdade de direito e identidade entre homens e
mulheres de todas as raças e cores... e foi covardemente assassinado, assim
como Gandhi e Jesus...
A
história humana ainda é pontilhada por outros exemplos de vidas sublimadas e
dedicação ao próximo...
Francisco
de Assis foi um nobre que ao voltar das Cruzadas, dedicou sua vida ao próximo,
usando sua fortuna em prol dos necessitados e vivendo na pobreza, junto com o
povo... essa atitude rendeu-lhe um processo pela Inquisição... e até hoje me
pergunto como esse homem não acabou torturado nas masmorras do Clero...
Ele
foi o “fundador” da Ordem dos Franciscanos, um segmento mais recluso e mais
humilde da Igreja Católica.
Em
tempos mais atuais, ainda tivemos Madre Tereza de Calcutá e Irmã Dulce, cuja
reputação espalhou-se pelo mundo, por suas ações humanitárias e dedicação
integral ao próximo.
Confesso
que eu mesma não tenho essa coragem... Sim... porque, embora os materialistas
considerem insanidade, é preciso muito mais que coragem para abrir mão do
orgulho e da vaidade, da ganância e da luxúria, e dedicar toda uma vida servindo
o próximo...
É
preciso um senso de dignidade e altruísmo que as pessoas não compreendem...
Eu
compreendo... e por compreender, sinto-me inútil e covarde diante de tanta
miséria nesse mundo em que vivemos...
Não
me sinto inclinada a ajudar um povo que prefere escolher o pior, do que
sacrificar as próprias futilidades visando a própria evolução e crescimento
pessoal e espiritual...
O mundo está pelo avesso, isso não é nenhuma
novidade, mas o que me deixa perplexa é que parece que as pessoas não se importam
mais com esse fato... virou rotina, tudo, mas absolutamente tudo parece ser
normal... Banalizaram a vida... simples assim... mas está tudo bem...
A
violência se tornou parte da rotina... as aberrações comportamentais
tornaram-se parte da rotina, a indiferença, o egoísmo, a maledicência... a
falta de caráter...
As
mídias exploram o que o ser humano tem de pior... parece que bondade não dá audiência...
cultura não dá audiência... educação não dá audiência...
Dia
desses estava na sala de espera da Clínica, e o telejornal apresentava uma
reportagem sobre o nível de educação no país, e o desempenho de algumas boas
escolas públicas... Sim... isso ainda existe...
As
pessoas estavam conversando e eu estava tentando acompanhar a reportagem,
apesar do burburinho... ninguém demonstrou interesse... contudo, assim que a
reportagem mudou de foco e passou a apresentar uma reportagem sobre um tiroteio
nem sei onde, reparei que o falatório estacou e as pessoas começaram a
acompanhar a narrativa...
Eu
era “o estranho no ninho”... nem sei mais do que foi falado sobre o tal
tiroteio, mas aquelas pessoas com certeza sabem... e com certeza passaram a “notícia”
pra frente...
Para
os meus vizinhos não deve faltar rótulo que defina o meu comportamento estranho
e bizarro de viver reclusa... É a minha opção... minha escolha... dá licença...
Por
outro lado eu também não entendo essa necessidade exagerada que as pessoas
sentem de ficar “socializando” o dia todo... esse povo não tem o que fazer não?
Meu
lar é meu paraíso... [quando os vizinhos bagunceiros deixam... >< ] ...
Aqui eu tenho a diversão que preciso... faço meu artesanato, leio, ouço música,
medito, pesquiso, escrevo...
Bom...
esse é o lado recluso da diversão... eu gostaria de visitar mais vezes o Jardim
Botânico, o Jardim Zoológico, Museus, Bibliotecas [que quase não existem
mais... ¬¬ ], Recitais... coisas assim... mas sair nessa cidade está ficando
cada dia mais complicado e perigoso... eu moro na periferia da cidade, onde o
padrão “cultural” não corresponde, muito menos, atende às minhas
expectativas...
As
conversas das pessoas são sempre sobre os mesmos assuntos... futebol, novela e
o sensacionalismo sanguinolento dos “informes” televisivos... Sem contar a
ultra exposição da vida pessoal nas tais de redes sociais, que não passam de
mero exibicionismo...
Esse
planeta tem tudo para ser um lugar melhor de se viver... e porque não é?
Ah!
A poeira ou a beleza está nos olhos de quem vê...
Será?
O.o
Porque
eu estou olhando para todos os lados e vejo sempre a mesma coisa... apenas
muito mais do mesmo... simples assim...
Porque
eu trilhei o “caminho das pedras” na busca pelo melhor de mim... e quando olhei
ao meu redor, eu simplesmente estava sozinha no meio da multidão... simples
assim...
É
tudo uma questão de perspectiva...
Será?
O.o
A
perspectiva funciona se a intenção não é mascarar...
Eu
me recuso a viver de fachada...
Para
o médico que me disse que “eu tenho que me acostumar com o mundo ao meu redor”,
a resposta é NÃO!...
Pra
pessoa que me disse outro dia que eu “tenho que passar uma tinta no cabelo”, a
resposta também é NÃO!...
Vulgaridade,
mediocridade, falta de educação, falta de respeito pelo próximo, não
acrescentam nada à minha vida... Na minha opinião isso seria involuir e essa é
uma possibilidade inaceitável... nem caranguejo anda para trás... e a
humanidade está querendo regredir...
Quanto
à tinta no cabelo, não faz parte da minha vaidade... e eu tenho... acredite...
Quer me ver feliz me dê um perfume... >.<
Deixem
os meus cabelos brancos em paz, que ele faz parte da vida... simples assim...
Quando
se é jovem, a gente pinta o cabelo pra mudar de visual, pra sair da rotina...
sei lá... já nem sei mais... >< ...
Quando
a idade chega, querer esconder o branco debaixo de um vermelho, de um roxo, ou
seja lá do que for... é no mínimo, “bisonho”... >.< ... e essa sempre foi
minha forma de pensar... essa foi uma das poucas promessas que fiz pra mim
mesma, que nunca esconderia os meus cabelos brancos... e a realidade me mostrou
que foi a melhor decisão...
Não
quero ser escrava de tolices e ficar surtando porque estou ficando velha...
aliás... mais velha...
Imortalidade
existe... mas não dessa forma patética que as pessoas perseguem... ou
acreditam...
Para
mim, o inverno não é a pior das estações... a pior não existe... mas a que eu
menos gostei foi o verão... >.< ... aproveitei sim... me diverti e também
fiz muita burrada... mas nenhum mal é para sempre, já a felicidade é uma
conquista diária, para ser duradoura... Essa é uma importante lição que a gente
começa a aprender no outono da vida... e segue aprendendo no inverno...
Hoje
eu estou encerrando um prolongado e silencioso hiato... um tempo que eu
precisei para avaliar e reavaliar esse trabalho que tenho feito nos blogs... um
tempo que eu precisei pra entender melhor o que exatamente eu estou fazendo...
sim... porque em um determinado momento eu comecei a ter dúvidas... e eu
precisava desse entendimento comigo mesma e com o plano astral...
Espero
voltar a produzir os artigos para esse blog... e espero mais ainda que alguma
coisa do que é dito aqui possa realmente alcançar alguém que realmente esteja
precisando de alguma orientação, assim como eu...
Todos
nós precisamos de orientação... sempre... porque existem esses momentos em que
nos deparamos com alguma encruzilhada, ou algum obstáculo, e apesar da
experiência, nos sentimos como crianças que precisam de alguém que estenda a
mão pra gente não cair...
É simples assim... todos temos as nossas
fragilidades... [na medida certa do bom humor, aceita que dói menos...
>.< ]
Até
a próxima... fiquem na paz...
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