quarta-feira, 19 de abril de 2017

Crença X Convicção...

Crença e convicção são “coisas” diferentes?

Normalmente os dicionários equiparam o sentido de ambas as expressões... contudo, nada nos impede de analisar os resultados práticos, aplicados no nosso cotidiano.

Analisando também as conceituações de ambos os termos, percebemos as sutilezas entre um e outro... entretanto, existe fundamentalmente um diferencial entre um e outro, que passa em branco para a maioria das pessoas...

Vamos navegar um pouco pelos mares da filosofia, mesmo sendo navegantes de primeira viagem, ampliando um pouco mais o nosso conhecimento, fazendo novas descobertas que ajudem a definir quem somos e para onde queremos seguir...

"Crença é o estado psicológico em que um indivíduo detém uma proposição ou premissa para a verdade,  ou ainda, uma opinião formada ou convicção."

Fonte: Wikipédia


"A crença religiosa é uma  crença com motivação religiosa, isto é, baseada numa submissão voluntária a uma verdade maior, indiscutível e, portanto, não sujeita à razão."

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“Define-se por crença a firme convicção e a conformidade com algo. A crença é a ideia que se considera verdadeira e à qual se dá todo o crédito. Exemplos: “A crença dos investigadores é que a menina está viva e que se encontra algures no país”, “Ninguém pode pôr em causa a crença de uma mãe, mas o que é certo é que as provas indicam o contrário”, “Nos momentos mais difíceis, vou buscar força às minhas crenças”.

Pode-se considerar que uma crença é um paradigma que se baseia na fé, já que não existe demonstração absoluta, fundamento racional ou justificação empírica que o comprove. Por isso, a crença está associada à religião, à doutrina ou ao dogma: “De acordo com a crença do meu povo, nós, seres humanos, temos uma infinidade de vidas que se sucedem umas às outras segundo o karma”, “Não posso apoiar uma iniciativa que seja contrária às minhas crenças cristãs”, “Temos de respeitar aqueles que têm crenças diferentes das nossas”.”

Fonte: Conceito.com


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A fé da dúvida **

“A crença é uma aceitação de verdade, porém, é também o fundamento da dúvida em sua dimensão teológica e filosófica, daí porque questionar de forma alguma é incompatível com ter uma fé.”

Por Hugo de Albuquerque Silva*

** Artigo reproduzido na íntegra da Revista Filosofia



“” O século do Esclarecimento ou, como ficou conhecido nos textos que o espírito humano produziu, o Iluminismo pôs como seu estrado fundamental a busca pela certeza. E, como consequência, bradou: "é mais apropriado duvidar que aceitar qualquer coisa pela fé" (Sawer, 2009, p. 99). Brado em claro acordo com o pensamento de seu precursor, o francês René Descartes e em oposição aberta ao dogmatismo religioso das "trevas medievais". Mas o eco que se seguiu, porém, revelava outra realidade; a de que a própria dúvida fundamenta-se na crença.

Antes de prosseguirmos, se faz imperioso, como exame primeiro, definirmos dois termos: 'crença' e 'duvida'. Ambos serão considerados aqui em seu sentido mais largo, isto é, lato. Então, crença é todo ato do espírito de assentir firmemente a algo, sem que esse algo seja justificado racionalmente. Dito de maneira outra, é a aceitação da verdade de uma declaração, sem que haja comprovação racional e objetiva. Diversamente, dúvida é - e também em seu significado largo -, a "Incapacidade de determinar se algo é verdadeiro ou falso ou de decidir pró ou contra alguma coisa" ( Japiassu & Marcondes, 1996, p. 77).

Uma vez destacado o referencial dos termos crença e dúvida, poderemos, então, retomar a tese que já fora formulada: "toda duvida apoia-se sobre uma estrutura de crença". Exemplifiquemos. Se alguém assentir a declaração: "Eu duvido de P", sendo 'P' qualquer coisa, como a declaração: "Eu duvido que haja verdade absoluta"; ou: "Eu duvido que haja um Deus"; e, ao se perguntar a esse alguém o porquê, as razões que sustentam a sua dúvida, a resposta que ele der revelará um conjunto de crenças que foram aceitas por ele sem justificação alguma. Crenças que foram tomadas sem que fossem examinadas, provadas racional e objetivamente, mas que foram assentidas quer consciente ou inconscientemente. Isso posto, "duvidar de alguma coisa é, ao mesmo tempo, acreditar em outra coisa" (Sawer, 2009, p.99).

Portanto, a 'crença', ou seu termo equivalente, 'fé', é fundamento da dúvida. E, parafraseando o teólogo James Sawer, o ato de duvidar não significa evitar crenças não comprovadas, uma vez que a própria dúvida se apoia em fé não comprovada (2009, p. 100). E acrescenta ele ainda em outro lugar: "toda dúvida tem uma estrutura fiduciária e está radicada num conjunto de compromissos de fé que, enquanto apoiarem a dúvida, não poderão eles mesmos ser postos em dúvida. O ramo sobre o qual cada dúvida se assenta é a fé" (Ibidem, p. 100).””
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Convicção

““crença” ou opinião firme a respeito de algo, com base em provas ou razões íntimas, ou como resultado da influência ou persuasão de outrem; convencimento.””

Fonte: pesquisa Google.

“Um argumento é convincente se, e somente se, a hipótese das premissas do argumento tornariam a verdade da conclusão provável.”

Fonte: Wikipédia

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Isto posto, podemos dar prosseguimento à nossa investigação.

Hoje em dia, costumo afirmar que não sou mais uma pessoa de crenças, e sim, uma pessoa de convicções.

E porque essa mudança de atitude? Faz parte de todo um processo de remodelagem comportamental. Esse processo vem acontecendo através dos anos, até cerca de dois ou três nos atrás, em passos muito lentos, eventualmente quase parando. Não foi de uma hora pra outra que se deu a aceleração desse processo... ou talvez tenha sido. Mas eu prefiro que o ritmo esteja sob meu controle e não se torne uma avalanche de informações provocando  o caos na minha mente...

Veja bem... você pode, sem sombra de dúvida, procurar um Guia, um Mentor, um Guru, um Psicólogo, um Coach [ apesar de não ser uma profissão reconhecida no Brasil, muita gente trata essa atividade como profissão, mesmo disfarçando com outras denominações ], um qualquer coisa que você queira, para te apoiar, ensinar, intermediar, guiar, facilitar... ou seja lá mais o que for... mas você é o “aprendiz” no processo de transformação e o seu ritmo e possibilidades quem conhece é você mesmo.

No caminho da transformação interior não existem atalhos... não existem facilidades... não existe essa situação de que alguém vai fazer por você o que é sua obrigação.
Não existe fórmula mágica. Não existe estalar de dedos. Não existe “milagre” pura e simplesmente.

E eu acredito em milagres, sim... ^^ ... eu acredito no milagre do esforço pessoal, no milagre do exercício da inteligência, no milagre da doação de amor... eu acredito nos milagres que cada um de nós é capaz de realizar ao longo de nossas vidas... eu acredito no milagre das pequenas gentilezas que tocam o coração... acredito no milagre dos gestos de carinho... nas ações de solidariedade...

Isso não é simplesmente uma crença. É a convicção adquirida através do reconhecimento dos resultados positivos.

Já comprovei centenas de milhares  de vezes o resultado positivos desses “milagres” e desenvolvi a firme convicção que somente as boas ações podem fazer do mundo um lugar melhor de se viver, e boas ações começam no nosso coração... porque, vamos combinar... de boa vontade o inferno está cheio... >.<

Não é que eu seja contra a boa vontade, muito pelo contrário, contudo, temos que admitir que boa vontade sem ação é o mesmo que jogar sementes entre pedregulhos...

A convicção somente se consolida através da experienciação de situações que partiram de uma premissa subjetiva  apresentando  resultados concretos, sejam positivos ou, não tão positivos... [ ^^ certamente precisarei de muito tempo para sintonizar as premissas da PNL... ]

É importante diferenciar crença de convicção, principalmente pelo fato de que a convicção só se forma a partir do entendimento, do conhecimento,  do estudo, do esforço, do questionamento, da observação e da prática.

A convicção é o movimento. A crença é a estagnação.

Para os padrões da vida material em nosso orbe, pode ser até aceitável. Mas para o desenvolvimento da espiritualidade, seja  no mundo material ou espiritual, “olhos vendados por crenças habituais” não é uma situação aceitável.

No plano espiritual o que existe é convicção. Os Mentores estão aptos a te ajudar a descobrir o caminho do conhecimento que provavelmente te elevará intelectualmente. 

Eles estão aptos a atestar o próprio caráter com atitudes de dedicação, renúncia, benevolência, tolerância e todas as ações que sejam necessárias para o burilamento do coração de seus “discípulos”, para que se tornem pessoas amoráveis. E eles são um canal inesgotável e incansável de doação de Amor.

Portanto, as crenças que alimentam uma fé cega, que não conduz ao progresso espiritual e cerceia a liberdade de crescimento de cada um, não se mostra aprazível aos Mentores espirituais.

No muito será uma ferramenta enferrujada, quase inútil... e quando eu digo quase, estou fazendo referência ao fato de que, no plano espiritual, os Mentores sempre tentam contornar os efeitos desastrosos, buscando uma alternativa que amenize o impacto na vida de seus pupilos.

Eles são capazes de sacrifícios pessoais para atenuar as consequências das nossas irresponsabilidades, que na verdade, recaem com um peso maior sobre nós mesmos...

E vamos combinar... não é porque  você não vê, que não existe... simples assim... ^_^
Além disso, que humildade é essa que se manifesta na ostentação? O.õ

E se você não tem subsídios para desenvolver a convicção no que eu repasso nesse blog, comece com o simples passo de analisar os ensinamentos de Buda e de Cristo. 

São quase a mesma coisa ensinada de formas diferentes, em linguagem diferente, porque dirigidos para povos distintos e em diferentes níveis de evolução espiritual...

Não que uns estivessem em melhores condições que outros...  ¬¬   eram apenas, diferentes... ^^

Por hoje, a nossa conversa sobre esse assunto fica por aqui, mas é claro que não exaurimos o assunto.
Ou não? ^_^

Boa leitura, boa reflexão...

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