quarta-feira, 26 de julho de 2023

Conveniência é tendenciosa...

Cuidar da espiritualidade é algo bem simples e não necessita de conhecimento científico avançado, nem de certificação acadêmica... não necessita de multidões, cultos, rituais ou algum tipo de exteriorização...

Cuidar da espiritualidade é algo bem simples, é pessoal, é atitude, é interior...

Mas a sociedade, à medida que "evoluiu", perdeu-se em um emaranhado de complexidades inúteis, elaborou teses e tratados sobre comportamentos, criou rótulos, selos, certificados e tudo mais que atendesse ou satisfizesse às próprias conveniências...

Mas a conveniência é tendenciosa...

O indivíduo afastou-se de si mesmo pra se encaixar em uma coletividade extravagante, frívola, indiferente, fútil... egoísta... e extremamente materialista...

São as necessidades do progresso... Será?

O simples passou a ser encarado como tolice... a simplicidade foi distorcida na sua essência, tratada com indignidade... desprezada... e com o tempo, foi esquecida, porque não atendia à conveniência da sociedade moderna...

Mas o tempo não considera as conveniências tendenciosas da sociedade, e traz de volta tudo que ficou para trás de forma mal resolvida...

É sobre isso... sobre o resgate da essência humana... porque somos humanos...

Humanos não apenas de corpos, porque matéria tem prazo da validade, mas humanos de essência, na essência...

É sobre isso... sobre o resgate de nós mesmos... de cada ser em si, porque sem essa essência única que é cada ser, a vida no coletivo  torna-se asfixiante... solitária... doentia...

Entretanto, mesmo com a necessidade extrema de encontrar-se na própria essência, o indivíduo dilui sua necessidade pessoal, na necessidade do todo e cria embaraços que serão "cobrados" pelo tempo ou pela vida, em algum momento...

Cuidar da espiritualidade está virando comércio... ou, na pior das hipóteses, esse cuidado já foi absorvido pelo mercado financeiro...

No momento,  não é nosso objetivo aprofundar o mérito dessa questão, pois ainda carece de muita observação e análise, para não exteriorizarmos ideias levianas e injustas... mas estamos observando todo esse movimento "espiritualista" moderno, com cautela.

Quando o ser humano trocou a simplicidade da sua essência pela complexidade de uma vida exterior de aparências,  perdeu-se de si mesmo, sem no entanto, perder sua essência, que ficou esquecida nas entranhas de si mesma... solitária...

Mas a vida vai muito além das nossas limitações... e ninguém vai viajar no tempo pra mudar a história... porque o que passou,  passou... o que está feito... está feito...

Mas o tempo nos trás de volta o que precisa ser consertado... em nós, em nossa essência...

As nossas ações passadas trouxeram consequência pra nossa vida... não pode ser desfeito... mas muita coisa pode ser refeita, começando pelo nosso entendimento que pode ser redimensionado, ganhando maior amplitude de alcance. 

Nossas atitudes podem ser pautadas em um conhecimento mais espiritualizado... e isso não depende de gurus, líderes, sacerdotes, escola ou seja lá mais o que for...

Auto conhecimento, expansão da consciência, ativação disso ou daquilo, não importa o nome, porque são muitos, nada mais é do que o resgate da essência espiritual que somos nós mesmos...

Entretanto, a sociedade tecnicista, que perdeu esse contato com a própria essência humana, ainda não encontrou o caminho de volta para si mesma... está tateando no escuro, em busca de uma “cura milagrosa” para seu sofrimento, sua solidão...

Esse “milagre” só é possível de acontecer quando o Ser para de brigar com o tempo, com a vida, consigo mesmo... quando ele consegue ficar em paz consigo mesmo, é que o verdadeiro milagre acontece...

Mas para que aconteça, é preciso rever conceitos, ideias, atitudes... abrir mão do que é desnecessário e que foi acumulado ao longo dos anos... é preciso passar pelo doloroso processo da metamorfose interior... sair da zona de conforto e observar a vida de dentro pra fora, sem maquiagem, sem máscaras, sem disfarces...

Pra que aconteça esse milagre é preciso o nosso querer, o nosso esforço, dedicação e sinceridade e seriedade com esse compromisso que estamos assumindo com a nossa própria essência...

A vida parece ser mais fácil quando vivemos imersos na matéria, cegos e surdos espiritualmente, entretanto, essa dor do milênio que se chama tecnicamente Depressão, tem sua raiz desenvolvida a partir de um plano da existência que a maioria ignora, não necessariamente por falta de conhecimento, mas simplesmente por opção própria.

Não se trata de “outra dimensão”, é muito mais simples e não precisa de nenhum tratado quântico para existir... é apenas a vida em sua plenitude...

Já foi dito nesse blog que a vida se manifesta de várias formas... aliás, infinitas formas... em vários planos e níveis... sempre de acordo com a necessidade evolutiva de cada Ser, ou conjunto de Seres que se agrupam para vivenciar sua jornada evolutiva.

Nesse momento, estamos vivendo imersos na matéria, e sofremos a influência dessa energia densa, assim como a lagarta sofre as limitações do casulo para metamorfosear-se na borboleta. 

Cultivar a espiritualidade não é sobre abrir mão do conhecimento, muito pelo contrário, é sobre usar bem o conhecimento, saber usar o conhecimento... usar o conhecimento como ferramenta de crescimento espiritual.

Isso não implica que uma pessoa ignorante na acepção mais limitada do termo, seja incapaz de evoluir espiritualmente... todo Ser é capaz de cultivar ou cuidar da própria espiritualidade sem que seja necessário o uso de conhecimentos tecnológicos, científicos, acadêmicos... esses conhecimentos são úteis, não resta a menor dúvida... úteis e necessários no plano de existência em que vivemos, entretanto, para a vida em si, não são indispensáveis... simples assim...

No entanto, que fique bem esclarecido, que toda ciência desenvolvida neste orbe, tem sua raiz no plano espiritual... mas a ciência humana não é soberana...

O DNA dos corpos existentes nesse orbe, foram elaborados a partir de DNA espiritual... e toda a vida que se tem aqui, também tem como referência a vida em planos de existência fora da matéria, e não o contrário... mesmo que estejamos tratando de planos de vida em níveis mais densos e até mesmo, negativos...

A dualidade não é “privilégio” apenas desse orbe... dizer que a dualidade é uma limitação de seres involuídos e que só existe nos planos “inferiores” da vida, é infantilidade...

A dualidade existe em muitos outros níveis da existência, e o exemplo mais simples que podemos abordar, é a existência da própria luz...

A  “luz” espiritual não se confunde com nenhuma outra luz, contudo, mesmo que a luz espiritual em si não projete sombra,  sempre haverá uma sombra fugindo da luz...

Então, como podemos facilmente perceber, existe a dualidade, mesmo quando não queremos que ela exista.

Por hora, interrompemos nossa argumentação, insistindo em que cultivar a espiritualidade está ao alcance de todos... basta querer...

Não é sobre facilidades... é sobre esforço e dedicação a si mesmo... é auto cuidado...



 

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